Comecei a escrever — por graça de Deus — em 1993, quando era um jovem presbítero, em São Paulo, e dirigia um ponto de pregação da Assembleia de Deus da Vila Míriam. Eu também era professor de evangelismo e missiologia na Escola Teológica Pastor Cícero Canuto de Lima, hoje Faculdade Evangélica de São Paulo (FAESP). Numa fria noite do inverno daquele ano, perdi o sono e me senti impulsionado a escrever um texto sobre a evangelização, com base nos tópicos de uma apostila que eu preparara para o seminário teológico.
Até então não passava pela minha mente que aquele modesto texto poderia vir a ser publicado no Mensageiro da Paz (CPAD), pois isso, para mim, estava muito distante. Minha intenção era publicá-lo, talvez, no jornalzinho da igreja, mas tudo mudou em um culto, na Assembleia de Deus da Lapa (ligada ao Ministério de São Paulo, Belenzinho), pastoreada, então, pelo saudoso pregador e ensinador Valdir Nunes Bícego.
Numa segunda-feira, ao chegar à reunião setorial de obreiros (eu pertencia a uma das quase setenta congregações da Assembleia de Deus da Lapa, à época), o pastor Valdir Bícego já estava pregando. Havia ali cerca de oitocentas pessoas. E, ao discorrer sobre os dons que o Espírito Santo dá aos servos do Senhor, esse profeta de Deus apontou em direção da galeria, onde eu estava, e disse, com autoridade: “Você, irmão, que recebeu esse dom de Deus para escrever, mande logo o artigo para o Mensageiro da Paz”.
Inicialmente, mesmo sentindo a presença de Deus, pensei que o pastor Valdir falava de maneira geral, e não a mim, especificamente, apesar de o texto que escrevera estar dentro de minha pasta, naquele exato momento. No dia seguinte, comecei a me convencer de que se tratava de uma palavra profética, pela qual Deus me incentivara a enviar meu texto sobre evangelismo à CPAD. E, naquele mesmo dia, encaminhei-o à redação do Mensageiro da Paz.
O tempo passou, e acabei me esquecendo de tudo. E, depois de três meses, num sábado em que estava muito cansado, após seis aulas seguidas, no seminário, visitei a loja da CPAD, no Belenzinho, em São Paulo, para ver as novidades. Uma das primeiras coisas que faço, até hoje, quando entro em uma loja da CPAD, é folhear o Mensageiro da Paz. E, naquele dia — inesquecível —, tive uma agradável surpresa. Havia uma chamada, na capa, relacionada com um texto sobre a evangelização pessoal, a qual prendeu minha atenção. Não passava pela minha mente que poderia ser meu artigo, mas, quando fui conferir, na última página, meu coração disparou. Lá estava o meu nome!
Por graça de Deus, desde então tenho escrito artigos, livros, comentários de Escola Bíblica Dominical para juvenis e adolescentes. Mas a alegria que senti ao ver o meu nome pela primeira vez no Mensageiro da Paz, órgão oficial das Assembleias de Deus no Brasil, não pode ser comparada a nenhuma outra, em minha trajetória como escritor e articulista. Ali Deus confirmou a minha chamada para propagar a sua Palavra também por meio da escrita.
Ouço muitos dizendo: “Eu tenho um sonho de escrever um livro”... Não é pecado “sonhar”, ter projetos, aspirações, tampouco preparar-se, a cada dia, para oportunidades que mais cedo ou mais tarde hão de surgir. Mas, sabe de uma coisa? Eu nunca “sonhei” que um dia escreveria sequer um artigo pela CPAD! Eu jamais imaginei que seria tão honrado por Deus! Foi Ele quem me despertou para isso (Is 50.4). Todos os fatos acima confirmam, de modo inquestionável, a chamada e o dom que recebi do Senhor para escrever, apesar de minha pequenez. Como disse o salmista, “Foi o SENHOR que fez isto, e é coisa maravilhosa aos nossos olhos” (Sl 118.23).
Glória seja dada ao maravilhoso nome de Jesus!
Ciro Sanches Zibordi
Comentários
Acompanho o amado irmão desde quando tinha uma coluna no Mensageiro da Paz na década de 90 e era presbítero. Seus artigos eram um dos que eu mais apreciava no MP. Que o Senhor continue te abençoando em sua jornada como escritor e pregador da Palavra. Um abração.