Eu tenho um sonho


Há exatos 54 anos, em 28 de agosto de 1963, o pastor estadunidense Martin Luther King Jr. (1929-68) organizou uma marcha pacífica nas proximidades do Memorial Lincoln, em Washington D.C., o qual contou com a presença de cerca de duzentas mil pessoas. Ali, ele pronunciou seu mais famoso discurso: I have a dream ("Eu tenho um sonho"). E, no ano seguinte, ganhou — merecidamente — o Prêmio Nobel da Paz.

Sinceramente, mesmo sabendo que ele não foi perfeito, pois cometeu vários deslizes, não vejo com bons olhos a tentativa por parte de alguns formadores de opinião evangélicos de querer manchar a biografia de Luther King Jr. Afinal, seu legado é importante, pois mobilizou uma multidão contra a segregação racial nos Estados Unidos e morreu por essa legítima causa.

Ativista do movimento pelos direitos civis, King Jr. foi um pastor batista no Alabama e na Geórgia que ganhou renome internacional ao liderar, na década de 1950, um boicote da população negra às linhas de ônibus segregacionistas, em Montgomery, Alabama. Líder eloquente, organizou a Conferência da Liderança dos Cristãos do Sul e comandou, também, uma grande campanha pelos direitos civis.

A despeito de ter sido um pacificador e sempre pontificar que a reforma deveria acontecer sem violência, King Jr. foi preso diversas vezes. E, quando estava prestes a organizar a Marcha dos Pobres para Washington, foi assassinato na sacada de um hotel em Memphis, Tennessee, em 4 de abril de 1968.

Na conclusão de sua última pregação, um dia antes de morrer, Martin Luther King Jr. afirmou: "Dias difíceis virão, mas isso não me importa, pois eu tenho estado no alto, na montanha. Não me importa; [...] eu gostaria de viver uma longa vida, porém isso não me preocupa, agora. Eu só quero fazer a vontade de Deus! Ele tem me permitido subir a montanha [...] e tenho visto a terra prometida [...]. Quero que saibam, nesta noite, que nós chegaremos à terra prometida! Estou feliz nesta noite e nada mais me preocupa. Não temo homem nenhum! Meus olhos têm visto a glória da Vinda do Senhor!" (Fonte: YouTube).

Ciro Sanches Zibordi

Comentários