
Lembremo-nos de que a salvação é pela graça de Deus (Tt 2.11; Ef 2.8-10), e não pelos méritos de um “discipulador” ou pelo esforço de seus discípulos. Ademais, é o Espírito Santo quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). E Ele age em harmonia com as Escrituras, a Palavra de Deus. Daí recair sobre os nossos ombros a obrigação de anunciar o Evangelho, quer ouçam, quer deixem de ouvir (Rm 10.14ss).
De acordo com o MDA, os pastores devem fazer reuniões individuais com seus líderes de células, “lançando a visão, imergindo-os na visão e pedindo-lhes para lançar a visão entre aqueles para quem eles ministram. Ao falar diante de grupos especiais da igreja, o pastor nunca conclui sem de alguma forma lançar a visão”. Isso é o que explica o livro Igreja em Ação: Desejos e Perspectivas, da MDA Publicações. Nota-se que há um grande interesse em que a “visão”, isto é, o modelo em apreço seja propagado, alcançando cada vez mais adeptos.
Os líderes do MDA são estimulados a “usar cada oportunidade para lançar a visão”. Ainda segundo o livro citado, o “pastor deve lançar a visão em conversas privadas. Ele deve trabalhar para que a visão seja a visão do povo. Aqui entra aquilo que chamamos de ‘senso de propriedade’. Quando ele acontece, as pessoas não acham que a visão é uma coisa que veio de fora ou que pertence apenas ao pastor. Elas vestem a camisa, sentem-se responsáveis pelo sucesso, trabalham para que ele aconteça, dão o seu melhor”.
Mas o Evangelho genuíno é cristocêntrico. Nada pode ser considerado mais importante do que pregar a Cristo, e este crucificado (1 Co 1.22,23). Quando uma igreja, um modelo de crescimento ou uma pessoa são apresentados — ainda que de modo indireto — como mais importantes do que Jesus, a mensagem deixa de ser cristocêntrica. Estimular líderes a compartilharem uma “visão”, ainda que se diga que ela traduz o conteúdo de Atos dos Apóstolos, é uma maneira de descentralizar Cristo do Evangelho.
Segundo o MDA, Jesus “discipulou” seus discípulos e ordenou que eles “discipulassem” outros. O Mestre, na verdade, enviou-nos a pregar o Evangelho (Mc 16.15) e ensinar as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19). É evidente que a tradução literal de “ensinai todas as nações” é “fazei discípulos de todos os povos”. Mas “fazer discípulos” não é formá-los segundo uma “visão” específica.
O Evangelho de Cristo é simples (2 Co 11.3). Fazer discípulos nada mais é que ensinar a sã doutrina, assim como fez Jesus, ao andar na terra, principalmente por meio do seu exemplo (Jo 13.15; At 1.1). E Ele só ensinou o que recebeu do Pai: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (Jo 7.16). A sua pregação era objetiva: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2) ou “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). E o que chama a atenção, no “discipulado” do Mestre, por assim dizer, é que Ele não formava “soldadinhos de chumbo”. Ele prezava a liberdade (Lc 9.23).
Em Romanos 10.14 está escrito: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10.14). Embora o fazer discípulos seja uma tarefa importantíssima, outorgada a nós pelo Senhor Jesus, não vemos, nas Escrituras, Deus relacionando o fato de pessoas se desviarem, abandonarem o Evangelho ou apostatarem da fé à falta de “discipulado”. A missão da Igreja é propagar o Evangelho com verdade, e não responsabilizar-se pela manutenção da salvação dos que já receberam as boas-novas de salvação.
Deus exige de nós que anunciemos o seu Evangelho (Ez 33.8; 1 Co 9.16). Mas, uma vez que pregamos as boas-novas de salvação em Cristo Jesus e ensinamos a sã doutrina, não somos responsabilizados por Deus, caso alguns se desviem (2 Pe 2.1,2,20-22; 2 Tm 4.10). Ele não nos diz: “Fulano se desviou por falta de discipulado”. Jesus deixou claro, na explicação da parábola do semeador, que a responsabilidade maior pelo desvio do Evangelho é do próprio desviado (Mt 13.18-23).
Portanto, não cabe a nós criar modelos ou atrativos para “suavizar” o Evangelho e manter pessoas nas igrejas. Tampouco cabe a nós pregar o Evangelho da maneira que as pessoas desejam ouvi-lo, e sim do modo como elas precisam ouvi-lo, pois a porta e o caminho são estreitos (Mt 7.13,14).
Ciro Sanches Zibordi
Comentários
Enviei um e-mail ao senhor sobre um convite de uma seminário de ESCOLA DOMINICAL que estaremos realizando em nossa igreja, gostaria de um retorno do pastor, pois a CPAD nos deu prazo para a entrega dos materiais a serem impressos..
Att; Pr Luis Eduardo
Enviei um e-mail ao senhor sobre um convite de uma seminário de ESCOLA DOMINICAL que estaremos realizando em nossa igreja, gostaria de um retorno do pastor, pois a CPAD nos deu prazo para a entrega dos materiais a serem impressos..
Att; Pr Luis Eduardo
Dizer que o MDA prega universalismo ou suaviza o evangelho é algo infundado.
Te convido a conhecer melhor essa visão.
Há muita coisa boa na prática do discipulado um a um.
Abraços!
http://confraria-pentecostal.blogspot.com.br/2013/10/discipulado-um-a-um.html
Jesus ensinou relacionamentos... isso é MDA. AFF a pessoa usa um espaço desse para escrever sem saber o que.
Passo mal quando dizem :"Passar a visão". Quando na verdade o discurso verdadeiro é: Arrependam-se, pois é chegado o reino dos céus. Analisem se estão servindo a Cristo ou a uma ideologia. Ficar numa igreja por causa de homens é errado. Deus disse : A minha glória a outro não darei.
GRAÇA E PAZ!
Para mim, o erro está justamente em supervalorizar o discipulado, que deve ser apenas valorizado, em vez ser considerado o suprassumo do Evangelho. Ademais, escrevi vários textos sobre MDA, abordando diversos desvios do Evangelho.
Em Cristo,
CSZ
A igreja tradicional muitas vezes peca na fragilidade do ensino bíblico (condicionando os membros a conservarem um pensamento tradicional e nao crítico e bíblico).
Maaas a visão celular torna-se pior porque SEMPRE fragiliza a formação bíblica, conservando agrupamentos de células alimentadas nos relacionamentos e na água com açúcar bíblico, e na "visão", que querem Jesus mas não querem conhecer sua palavra.
Outra coisa impostante a ser ressaltada igreja só existe para fazer o IDE, e fazer discípulos, me responda onde Jesus mandou fazer membro de igreja, e quando Paulo falou de membro do corpo, não precisa ressaltar que no corpo todos tem função.
Sou Neto de pastor da Assembléia de Deus, e foi fundador de várias assembléia de Deus em vários lugares do brasil, por favor vai trabalhar para o reino, não esqueça que a vida tem hoje é para viver segundo Cristo, Jesus empregou o seu tempo fazendo discípulos. desculpe o amigo ai esta fazendo o trabalhos dos fariseus que viviam para atrapalhar o ministério de Jesus. Deixa que o dia do Senhor revelará a obra do Senhor, por favor me diga onde Jesus te chamou para avaliar a obra de alguém? outra coisa recentemente o Pastor Silas Malafaia elogio o trabalho do MDA na tv, ao vivo.
Outra coisa impostante a ser ressaltada igreja só existe para fazer o IDE, e fazer discípulos, me responda onde Jesus mandou fazer membro de igreja, e quando Paulo falou de membro do corpo, não precisa ressaltar que no corpo todos tem função.
Sou Neto de pastor da Assembléia de Deus, e foi fundador de várias assembléia de Deus em vários lugares do brasil, por favor vai trabalhar para o reino, não esqueça que a vida tem hoje é para viver segundo Cristo, Jesus empregou o seu tempo fazendo discípulos. desculpe o amigo ai esta fazendo o trabalhos dos fariseus que viviam para atrapalhar o ministério de Jesus. Deixa que o dia do Senhor revelará a obra do Senhor, por favor me diga onde Jesus te chamou para avaliar a obra de alguém? outra coisa recentemente o Pastor Silas Malafaia elogio o trabalho do MDA na tv, ao vivo.
Sou pastor presidente de uma Igreja batista no - Rj de linha tradicional ( CBB - convenção batista brasileira )e posso afirmar como Batistão " não aceitamos qualquer coisa sem antes analisar em todas as esferas do conhecimento bíblico.
Em conjunto com a nossa convenção- CBB e depois de 4 anos de debate com homens de renome no Cenário Teológico Brasileiro como Luiz Saião ( diretor do centenário seminário Teológico Batista do Sul do Brasil- STBSB na Tijuca -RJ e o Teólogo Batista Russel shedd , aprovamos o MDA para serem utilizadas se as igrejas desejassem optar pelo modelo.
O MDA por ser um modelo de crescimento de Igreja coerente , bíblico e não "conflitar " com as nossas convicções doutrinárias .
Só com uma observação importante não utilizo em minha Igreja o modelo MDA !
O motivo é que nosssa Igreja em constante crescimento com o modelo tradicional não acho prudente mudar o que está dando certo , porem apoio aqueles colegas pastores que necessitam de odres novos para levar com excelência o evangelho vivo de Cristo utilizarem o MDA .
rodrigo-ritter@ig.com.br