Uma resposta aos "experts" que satanizam o Natal

Hoje começa o mês de dezembro. E pessoas do mundo todo falarão ainda mais sobre o Natal, mesmo sem conhecerem o seu real significado. No mundo que jaz no Maligno, aumenta o número de pessoas que odeiam a Cristo e seu Natal. E, no meio evangélico, a cada ano, surgem mais e mais "entendidos" que satanizam essa celebração e até apresentam razões para ignorarmos o nascimento de Cristo.

S
inceramente, os motivos para odiar ou satanizar o Natal são risíveis, a despeito de eu chorar ante a ignorância dos cristãos (cristãos?) inimigos do Natal. Estes têm dito, por exemplo, que o Natal “traz em seu bojo um clima de angústia e tristeza”, e que isso ocorre por causa de “um espírito de opressão que está camuflado, escondido atrás da tradição romana que se infiltrou na igreja evangélica, e que precisamos expulsar em nome de Jesus”.

Meu Deus! Desde a minha infância aprendi a celebrar o Natal de Cristo. Lembro-me com muita alegria das peças, poesias e cantatas natalinas, além das maravilhosas mensagens de Natal, ministradas por homens de Deus. A lembrança da encarnação do Senhor propicia alegria na alma, e não tristeza! Prova disso é que vários hinos da Harpa Cristã, hinário oficial das Assembleias de Deus, nos estimulam a celebrar o Natal de Cristo. Vejamos especialmente os hinos 21, 120, 366, 481 e 489.


R
eceio que os inimigos do Natal tenham se deixado influenciar por outro espírito, o do Anticristo, que já está no mundo (1 Jo 4.3). Vivemos em uma época em que o Diabo deseja, a todo custo, fazer com que o nome de Jesus desapareça da face da terra. E uma de suas estratégias é apresentar “outro evangelho”, fanatizante, farisaico, legalista, que procura desviar os salvos da verdade, carregando-os de ordenanças, como: “não toques, não proves, não manuseies”, as quais “perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens” (Cl 2.20-22).  

Tais "experts" em apreço dizem, também, que a Bíblia não apresenta um mandamento para celebrar o Natal... O que eles queriam, que Deus ordenasse: “Celebrai com júbilo o Natal de Cristo, todos os moradores da terra”? Nem tudo, nas Escrituras, é tratado por meio de mandamentos. Ela é também um Livro de princípios, doutrinas, tipos, símbolos, parábolas, metáforas, profecias, provérbios, exemplos, etc. E um grande exemplo foi dado pelos anjos de Deus, que celebraram o Natal de Cristo, dizendo: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” (Lc 2.14).


Mas, se tais cristãos são fanáticos a ponto de se apegarem a questiúnculas, parem de comemorar o Dia do Pastor, o Dia da Bíblia, o Dia da Escola Dominical, o Dia de Missões, etc. Ah, e também parem de receber presentes de aniversário, pois não há nenhum mandamento bíblico do tipo: “Eis que presentes receberás no dia do teu aniversário”. 


O fanatismo dos inimigos do Natal é tão grande que os leva a seguir pensamentos extremistas, como este: “O Natal é uma festa que centraliza a visão do palpável e esquece do que é espiritual. Para Jesus o mais importante é o Reino de Deus, que não é comida e bebida, mas justiça e paz no espírito”. Dá-me paciência, Senhor! Eles nunca aprenderam que o cristão é diferente do mundo, a despeito de estar no mundo? Conquanto o Reino de Cristo seja preponderantemente espiritual, somos pessoas normais. Precisamos trabalhar, estudar, nos alimentar... O cristão que se preza conhece o verdadeiro sentido do Natal e sabe distingui-lo do Natal secular, sincrético, consumista (cf. 1 Co 10.23-32).


Inimigos do Natal que lerem este artigo poderão argumentar: “a igreja do Senhor está vivendo a época profética da festa dos tabernáculos, que significa a preparação do caminho do Senhor, e, se você prepara o caminho para Ele nascer, não o prepara para Ele voltar”. Onde eles aprenderam isso? Tenho certeza de que não foi na Escola Dominical nem em uma instituição de ensino que preza a ortodoxia. Eles se opõem à celebração do Natal em razão de não haver um mandamento específico... Mas, ao mesmo tempo, se apegam a uma aplicação "forçada" da festa dos tabernáculos para se opor ao Natal de Cristo? Haja incoerência!

Uma das doutrinas fundamentais da Palavra de Deus é o nascimento do Senhor Jesus, isto é, a sua gloriosa encarnação (Jo 1.14; 1 Tm 3.16). Aliás, a obra da expiação está em um tripé: nascimento do Senhor, sua morte e sua ressurreição (Gl 4.4; 1 Co 15.1-4). Ignorar o Natal de Cristo é negar parte de sua obra salvífica.


Mas os inimigos do Natal vão alegar que o nascimento de Jesus não tem mais nenhum sentido profético, pois todas as profecias que apontavam para sua primeira vinda ao mundo já se cumpriram... É mesmo? Então, para eles, a Bíblia é apenas um tratado de escatologia, que se ocupa exclusivamente de assuntos relativos ao futuro? 
Ora, as Escrituras apresentam muitas doutrinas escatológicas, porém elas também contêm teologia, cristologia, pneumatologia, antropologia, hamartiologia, soteriologia, eclesiologia e angelologia. Sabemos que o Natal de Cristo está ligado diretamente à cristologia e à soteriologia. Entretanto, como todas as doutrinas bíblicas são intercambiáveis, em Apocalipse 12 há uma menção ao Menino Jesus! Será que os sapientíssimos fariseus do século XXI já atentaram para isso?

Outro motivo alegado para não comemorarmos o Natal de Cristo é o dia 25 de dezembro. Os opositores do Natal dizem que essa data foi estabelecida pela Igreja Católica Romana. Mas, à época, a intenção foi boa! Considerando que já havia uma grande comemoração pagã no mesmo dia, o imperador obrigou a todos a se lembrarem do dia natalício de Cristo. Se um dia ocorrer um grande avivamento no Brasil, e todos os poderes se converterem ao Evangelho, e ficar estabelecido que 12 de outubro é o Dia de Louvor a Jesus Cristo, nos oporemos a isso, sob a alegação de que essa data fora outrora consagrada à Senhora Aparecida?


“Ah, mas o Natal se tornou um culto comercial que visa render muito dinheiro. Tirar dos pobres e engordar os ricos. É uma festa de ilusão onde muitos se desesperam porque não podem comprar um presentinho para os filhos”, os inimigos do Natal argumentarão. O que isso tem a ver com o verdadeiro sentido do Natal de Cristo? A Páscoa também é aproveitada pelo mundo capitalista para explorar o consumismo. Vamos ignorar a Páscoa por causa disso?


Se há uma celebração de Natal que prioriza o comércio, existe, também, uma celebração que prioriza Cristo! Segue-se que esse motivo alegado para não celebrar o Natal de Cristo é reducionista, generalizante e preconceituoso. Tais "entendidos" acusam o Natal de ser uma festividade “baseada em culto a falsos deuses nascidos na Babilônia. Então, se recebemos o Natal pela igreja católica romana, e esta por sua vez recebeu do paganismo, de onde receberam os pagãos? Qual a origem verdadeira?” Quanta ignorância! O Natal de Cristo precede e transcende o paganismo da Igreja Católica Romana.


Lembrar do nascimento de Cristo, descrito na Bíblia, e glorificar a Deus por ter nos dado o seu Filho Unigênito é lícito e conveniente. Isso nada tem a ver com Roma, Babilônia, etc. Ademais, o fato de o Natal ser celebrado também pela Igreja Católica Romana não torna o Natal de Cristo idolátrico. Caso contrário, a missa, com a sua hóstia, tornaria a Ceia do Senhor igualmente idolátrica, não é mesmo? Esses cristãos inimigos do Natal pensam que sabem muito, mas estão redondamente enganados! Idolatria é condição do coração. Ela não é um pecado praticado de modo subjetivo.


Finalmente, tais "entendidos", inimigos do Natal, reprovam e até proíbem a celebração do Natal de Cristo por causa de Papai Noel, duendes, gnomos, decorações natalinas e outras coisas mundanas. Mas cometem um grande pecado, ao se mostrarem mais santos do que os outros. Coam mosquitos e engolem camelos. Além disso, interferem na liberdade que Cristo outorgou aos seus seguidores e exigem um padrão de santidade que nem a Palavra de Deus exige! Meditem em Eclesiastes 7.16,17.


Graças a Deus, a maioria dos seguidores de Cristo não aceita essa interferência fanatizante em sua liberdade. Caso contrário, o cristianismo se transformaria em uma religião extremista, fanática, sectária, e tudo passaria a ser pecaminoso: bolo de aniversário, vestido de noiva, terno, gravata, calça jeans, passeio no shopping... Aliás, já houve um tempo em que o rádio era a caixa do Diabo, e o crente não podia usar perfume! Que Deus nos guarde do legalismo farisaico!


Ciro Sanches Zibordi

Comentários

Genislene Borges disse…
Como sempre, excelente Pr. Ciro!
E vou divulgar é claro....
Abçs, Genis
EsquiZilton disse…
Como sempre, muito coerente e equilibrado! Deus o abençoe!!
Parabéns Pr Ciro seu artigo é propício e pautado nos principios cristãos verdadeiros.
Saraiva disse…
Muito bem Pastor, gostei muito.
Giliard disse…
Parabéns Pr. Ciro!
Sou pastor em Florianópolis. - SC, e vou divulgar seu blog em minha rede social.
Eu gostaria que vc falasse sobre as decorações natalinas. Paz
Giliard disse…
Parabéns Pr. Ciro
Sou pastor em Florianópolis - SC, e vou divulgar seu blog em minhas redes sociais.
Eu gostaria que vc falasse a respeito das decorações natalinas.
Paz
Oriana Costa disse…
Querido pastor, o Senhor nos deixou um mandamento, e devemos ter o cuidado de não passar por cima dele por causa de tradições de homens ou de ensinos religiosos: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
(1 Coríntios 11:23-29) - Grande engano é ensinar a comemorar ou celebrar o nascimento de Cristo quando ele mesmo mesmo disse, ao estabelecer novo aliança com todos os homens, que deveríamos celebrar A MORTE dele até que ele viesse segunda vez. Deus não tem princípio nem fim de dias, e até a sua morte será celebrada por um breve espaço de tempo, ou seja, até que ele volte. Dentre todos os deuses conhecidos somente Jesus ordena a sua igreja celebrar a sua morte, enquanto os deuses criados por homens tem seus dias de nascimento lembrados. Este é um dos diferenciais, que torna Cristo incomparável com outros deuses ou ídolos criados por homens. Devemos ter cuidado com certos costumes e tradições cheios de engano e sutilezas malignas, ou do contrário nos tornarmos escravos delas, e esquecermos das verdadeiras Palavras do Senhor: Ele não age segundo o que homens determinam, mas segundo a Sua Justiça. Verdadeiros cristãos não se pronunciam contra o natal ou contra quem comemora o natal, mas são ANÁTEMAS quanto a estes tipos de celebração, pois elas são de origem pagã, e portanto, são fruto de idolatria: somente no paganismo se comemora aniversário de deuses. Então, você pode dar graças a Deus por Jesus ter vindo em carne, e confessar isso diante dos homens, porque isto é fruto de quem crê em Deus, porém consciente que Jesus só ordenou celebrar e lembrar a sua morte, e este evento é de uma tal importância que é simbolizado com pão e vinho, e que se feito sem discernimento da verdade, leva a condenação. Um abraço, e que Deus abençôe grandemente sua vida e sua casa.
Unknown disse…
Pastor Ciro e sobre as decorações de natal tem algum significado?
Caro " Gospel of Peace Biblical Church - Igreja Bíblica Evangelho da paz",

A paz do Senhor.

Leia o artigo de novo, devagar, com calma, se é que o irmão o leu, e encontrará nele mesmo as minhas respostas às suas argumentações. Observe que o Natal de Cristo PRECEDE e TRANSCENDE ao paganismo. Considere, ainda, ao ler o texto, que a obra redentora está em um tripé, que envolve: ressurreição, morte e ENCARNAÇÃO do Salvador e Senhor Jesus Cristo. Instruir o povo de Deus a não celebrar o Natal é ignorância, falta de conhecimento das Escrituras.

Leia o artigo e estude um pouco mais sobre o assunto, por favor.

Um abraço.

CSZ
Caro Vanderlei,

Tais decorações nada têm a ver com o verdadeiro Natal de Cristo. Entretanto, se alguma família ou empresa quiserem decorar o ambiente, por considerar essa época do ano festiva, propícia para celebrar a união e a alegria, isso é lícito e conveniente. Decorações de Natal, ainda que aludam ao Natal secular, são bonitas e não interferem em nada, espiritualmente falando. Idolatria, à luz do Novo Testamento, implica posturas, condutas, ações objetivas e conscientes. Devemos aproveitar essa grande celebração secular para nos alegrarmos em família, na empresa, etc., e principalmente falar do Aniversariante, glorificando ainda mais o seu maravilhoso nome!

Um grande abraço.

CSZ
Oriana Costa disse…
Amado Pastor Ciro, li todo o seu artigo, muito bem argumentado e bem escrito por sinal, e vi o tripé doutrinário que está lá, contudo, Jesus, publicamente, só deixou duas ordenanças, a do batismo, e a celebração da sua morte (Marcos 16:14-20, Mateus 26:26-30). Em Hebreus 6:1,2 vemos claramente quais são as doutrinas básicas de Cristo, ensinadas pelos apóstolos: arrependimento de obras mortas, fé em Deus, instrução sobre batismos, imposição de mãos, ressurreição dos mortos e juízo eterno. Cristo nasceu (de mulher, mas, antes, sendo eterno), morreu e ressuscitou (e está na eternidade), e isso é fato, mas, quem quiser, pode criar datas para comemorar cada evento deste em separado, como também pode criar data para comemorar o dia que Jesus foi batizado nas águas, ou uma data para comemorar o Dia que Jesus ressuscitou Lázaro, etc.. Aqui em nossa Igreja nós seguimos os ensinamentos bíblicos e não tradições de homens. Não focamos em datas comemorativas (Gálatas 4:8-10), como dias disso e daquilo (que o pastor muito bem lembrou em seu excelente artigo), e procuramos lembrar e celebrar a morte e a ressurreição do Senhor Jesus sempre que estamos reunidos, e pedimos a cada um que individualmente façam seu devocional sempre lembrando disso. Se Jesus morreu como homem, é obvio que ele precisou nascer como homem, mas Ele próprio foca em sua morte, e não em seu nascimento, porque Ele já sabia da confusão doutrinária (que o pastor retrata muito bem em seu texto) que isso causaria no futuro, que é o nosso hoje.
Temos um estudo sogre este assunto; se o irmão quiser lê-lo (o que vai ajudá-lo a entender melhor porque nos posicionamos desta forma), ficaríamos honrados: http://ibepbrasil.blogspot.com.br/2012/11/em-qual-jesus-voce-tem-acreditado.html - Então, quanto ao Natal (ou Páscoa, ou Dia das mães, Dia dos pais, Dia das crianças, Ano Novo, etc.) não falamos nada a este respeito publicamente, nossos cultos acontecem como qualquer outro dia não comemorativo, mas se algum irmão ou irmã em Cristo vier nos perguntar, passamos a eles somente a verdade. O irmão pode até pensar "mas que igreja sem graça esta", e é sem graça sim, mas para o mundo, porque vivemos a graça de Deus, e não a do mundo. Contudo, não impedimos ninguém da nossa igreja de comemorar o Natal (ou qualquer outra data comemorativa que seja, desde que seja fora da igreja), nem de fazer ceia de Natal, ou de enfeitar sua casa para o Natal: todos estão livres; e também não criticamos quem o faz, porém, não incentivamos a prática, por se tratar de algo que contraria o que foi estabelecido por Jesus. E jamais poderíamos nos colocar contra o nascimento físico do nosso Salvador, pois se ele não tivesse vindo a este mundo como homem jamais teria cumprido o que o próprio Deus disse a respeito dEle na Antiga Aliança, e nós jamais teríamos salvação na eternidade sem sua morte como homem. Quero deixar meus parabéns pelo excelente texto e pela consideração em responder a minha mensagem. Lendo seu artigo só recebemos a confirmação que devemos ser benignos e moderados, coisa que muita gente que se diz seguidora de Cristo não consegue ser. Grande abraço, em Nome de Jesus, pastora Oriana Barros.
Pr Alessandro Garcia disse…
Eu não vejo nenhum mal em celebrar a Deus pelo nascimento (encarnação, pois Ele é eterno) do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
O que devemos combater é espírito consumista que predomina nessa época. Pois para muitos (inclusive cristãos), se não tiver muita comida, bebida e presente, não é natal. Isto sim, deve ser rejeitado. Mas prestar a Deus culto de gratidão pelo primeiro advento do nosso Senhor, está longe de ser ilícito.
Sabemos que não há nenhum mandamento para se comemorar o seu nascimento, mas também não há nenhum mandamento proibindo. Aqui fica estabelecido o principio bíblico: "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus". 1 Coríntios 10:31 e "Mas faça-se tudo decentemente e com ordem". 1 Coríntios 14:4
Unknown disse…
Obrigado.me ajudou muito fique com Deus.