“A IGREJA DE ÉFESO”
Pr. Ciro Sanches Zibordi
Leitura bíblica: Apocalipse 2.1-7
I. A igreja de Éfeso
1. A cidade de Éfeso era a capital da Ásia. Nos tempos bíblicos havia três Ásias:
a) O grande continente asiático — que vai do Japão, passando pela China e Índia, até a Turquia.
b) A região conhecida como Ásia Menor — que compreende a maior parte da Turquia moderna, do mar Egeu às montanhas da fronteira com a Armênia, a leste, e o mar Negro e as montanhas Taurus, no eixo norte-sul — era formada por províncias romanas, como Cilícia, Galácia, Capadócia, Panfília, Bitínia e a própria Ásia.
c) A província da Ásia, cuja capital era Éfeso. Na sua segunda viagem missionária, Paulo estava na Galácia (na Ásia Menor), quando quis ir à província da Ásia (At 16.6). Ele avançou para Mísia e Trôade, onde recebeu direção divina para ir à Macedônia (vv.7ss).
2. Na sua terceira viagem missionária, Paulo foi a Éfeso, na província da Ásia, cidade que contava com meio milhão de habitantes, à época, e era o centro do culto à deusa Diana (At 18-20). João, que teria morrido nessa cidade, supervisionava dali as igrejas da Ásia.
3. A primeira carta do Apocalipse foi dirigida à congregação que se reunia no porto de Éfeso (At 18.18; 19.41). Essa igreja, estabelecida por obreiros como Paulo e Apolo, contou com cristãos ilustres como Priscila e Áquila (At 18.27). Seus primeiros anos foram caracterizados por milagres e um grande crescimento (At 19.11-20).
II. Análise da carta à igreja de Éfeso (Ap 2.1-7)
1. A carta foi endereçada ao anjo da igreja (v.1); ou seja, ao seu pastor. Isso mostra que o líder é o responsável perante o Senhor, que estabeleceu uma hierarquia ministerial para a sua Igreja (1 Co 12.28; At 15.6,22; Ne 8.5).
2. Jesus tem na sua destra (mão direita) as sete estrelas (v.1).
a) Os pastores e os crentes, de modo geral, são comparados a estrelas (Ap 1.20; 1 Co 15.41).
b) Todos nós estamos nas mãos do Senhor Jesus (Jo 10.27,28).
3. Jesus anda no meio dos sete castiçais de ouro (v.1).
a) Os castiçais aludem às igrejas (Ap 1.20). O castiçal, como símbolo da Igreja, salienta o dever de todos os seus membros brilharem em conjunto. Isso fala de unidade.
b) Jesus anda no meio da Igreja (Mt 18.20; 2 Co 6.14-18).
4. Jesus conhece a sua Igreja (v.2).
a) “Eu sei as tuas obras” — é Jesus quem aprova a nossa obra (1 Co 3.11-15; 2 Co 10.18);
b) “o teu trabalho” — nosso trabalho não é vão no Senhor (1 Co 15.58);
c) “a tua paciência” — necessitamos de paciência para vencer (Hb 10.36);
d) “que não podes sofrer os maus” — muitos toleram os enganadores e falsos profetas, alegando que não podemos julgar (Mt 7.1 com Jo 7.24; 1 Co 6.1-6; Ap 2.20-22);
e) “puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são e tu os achaste mentirosos” — não é de hoje que obreiros fraudulentos se passam por apóstolos (Mt 7.21-23). É preciso tapar a boca dos faladores (Tt 1.10-14).
5. Virtudes da igreja de Éfeso (vv.3,6).
a) “Sofreste” — vida cristã sem sofrimento não é vida cristã (Jo 16.33; At 14.22; Rm 5.1-5; 8.18; 1 Pe 2.20,21);
b) “tens paciência” (Sl 40.1-3; Hb 6.13-15);
c) “trabalhaste pelo meu nome” — muitos trabalham pelo seu próprio nome; quem trabalha pelo nome do Senhor é perseguido, mas também é bem-aventurado (Mt 5.11,12);
d) “não te cansaste” — os que esperam no Senhor têm as forças renovadas (Is 40.28-31; Js 14.7-13);
e) “aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço” — os nicolaítas eram cristãos, possivelmente discípulos de Nicolau, diácono que supostamente se desviou (At 6.5), os quais, apesar de convertidos, de alguma maneira praticavam as obras da carne. Os nicolaítas supervalorizavam a graça, faziam o trabalho do Senhor relaxadamente, acreditando que não precisavam praticar boas obras (Tg 2.14-17; Ef 2.8-10; Hb 3.12,13).
6. O grande erro da igreja de Éfeso (v.4).
a) Jesus não ignora erros por causa de acertos; Ele não “põe panos quentes” (Hb 4.13; Jo 21.15-17).
b) O grande erro dos efésios não foi um pecado moral, e sim o abandono do primeiro amor.
c) O amor é a essência da vida cristã (Mt 24.12; 1 Co 13).
d) Paulo concluiu a carta aos efésios dizendo: “A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade. Amém!” (Ef 6.24).
7. Jesus tem o remédio para a perda do primeiro amor (v.5).
a) “Lembra-te de onde caíste” — o filho pródigo também refletiu sobre sua vida e se lembrou da casa do pai (Lc 15.17);
b) “arrepende-te” — arrependimento verdadeiro envolve intelecto, sentimento e vontade; o arrependimento de Judas foi apenas emocional (Mt 27.3-5);
c) “pratica as primeiras obras” — muitos pensam em estratégias de crescimento inovadoras, mas o avivamento começa com a reconquista do que foi perdido (Lm 5.21; 2 Cr 29.25-30; Jr 6.16; Pv 24.21);
d) “quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” — se permanecermos na condição de desobedientes a Deus, isso resultará na perda da nossa posição em Cristo.
8. Promessa aos vencedores: “Ao que vencer dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus” (v.7). A nossa glorificação e o nosso galardão estão condicionados à perseverança em servir ao Senhor (Mt 24.13; 1 Co 15.1,2; Hb 3.14; Ap 2.10; 3.11; Rm 8.18).
Ciro Sanches Zibordi
Comentários
http://youtu.be/BW7FzxQB73w
Espero que possamos ser parceiros.
Deus te abençoe! Graça e paz!
Só existe uma forma de vencer o mal que está tão enraizado na mídia e nos poderes constituídos (executivo, legislativo, judiciário e mesmo àqueles ligados a religião). E essa forma é uma vida de retidão, é tempo de fazermos a diferença neste mundo tenebroso.
De nada adianta ir ao culto, colocar uma Bíblia nas mãos e viver de qualquer maneira, tal qual o mundo vive; de nada adianta se declarar um cristão e levar a vida debaixo de mentiras, de engodo.
Éderson Silva Cunha
Em tempo: criei um blog e desejo que o pastor dê uma olhadinha para avaliá-lo. É www..marcosbritomatos.blogspot.com.
Sem mais, me despeço sob a graça de Deus.
Abraços!
Ótima postagem!
Em Cristo!
JP
Cada igreja refere-se a um período que a igrja viveu e vive atualmente. É claro que cada igreja existiu literalmente, mas as sete representam todos os períodos da igreja.
ABraços - Pb. João Eduardo Silva - AD Min. Belém - SP.
Que mensagem edificante!
Deus continue te Abençoando!
A paz do Senhor.
Veja o que o pastor Antonio Gilberto escreveu, em Daniel e Apocalipse (CPAD): "O fato de haver outras igrejas na região e terem sido escolhidas apenas sete, indica que elas eram representativas do ciclo completo da história da Igreja". Ele, em momento algum, afirma que cada igreja equivale a um período. Antes, ele mostra que as sete (o número 7 denota plenitude) igrejas foram eleitas com o fim de representarem a totalidade da história da igreja.
Quando o pastor Antonio Gilberto, no mesmo livro, menciona cada igreja, relacionando as suas cartas aos períodos da história eclesiástica, ele está apenas fazendo uma analogia. Isso não quer dizer que as cartas igrejas referem-se, literalmente, aos tais períodos.
CSZ
Muito boa a mensagem, seu blog é 10!!!
Gostaria de adquirir seu livro: Erros que os pregadores devem evitar e Mais erros que os pregadores devem evitar! porém não consegui comprar pelo site da cpad! o que eu devo fazer agora???
Grato. Felipe Magdanelo Franze
Grato.