No princípio, Deus criou o mundo e pôs nele o homem, e este o decepcionou. O que aconteceu? Bem, a vida no jardim do Éden perdeu o sentido. Fim? The End, como terminam os filmes de Hollywood? Não! Simplesmente, um recomeço. O Criador vestiu Adão e Eva de peles e estabeleceu novas metas para a humanidade. Enfim, o que passou, passou.
O fim do período da Inocência deu início ao da Consciência. E mais uma vez o homem decepcionou a Deus. Os descendentes de Sete — filho de Adão — se misturaram aos pecadores, e a Terra ficou cheia de violência e materialismo. Veio, então, o Dilúvio. Fim? Não. Recomeço. Deus preservou Noé e sua família, para com eles estabelecer um novo pacto e um novo período, o do Governo Humano.
Mais uma vez, os homens fracassaram, ao tentar construir uma cidade, com uma grande torre, para glória própria, esquecendo-se de que toda a glória pertence ao Criador (Is 42.8). O que fez Ele, pôs fim a tudo? Não! Frustrou aquele mau intento, a fim de que houvesse um novo começo para os homens.
Não pense que Deus estava tentando ajudar o ser humano sem saber o que aconteceria. Quando o pecado entrou no mundo, o Senhor já tinha um plano estabelecido — tanto que Jesus Cristo é o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8); isto é, todos os cordeiros mortos desde a criação do mundo tipificavam o Cordeiro de Deus (Jo 1.29). Contudo, esses fins e recomeços eram oportunidades para a humanidade se reencontrar e entender os propósitos do Criador.
Bem, o chamado Governo Humano não deu certo, e a Torre de Babel caiu. Como diz a Palavra de Deus, “Do homem são as preparações do coração, mas do Senhor é a resposta da boca” (Pv 16.1). Quando fazemos planos e eles desmoronam, isso não significa o fim. Deus, naquela ocasião, espalhou as pessoas, para um novo começo: o período Patriarcal.
O Senhor fez alianças com Abraão, Isaque e Jacó, e nasceram aqueles que formariam as doze tribos de Israel, mas o livro dos começos, o Gênesis, terminaria de modo aparentemente trágico: “E morreu José da idade de cento e dez anos; e o embalsamaram, e o puseram num caixão no Egito” (Gn 50.26).
Que ironia! O livro que começa com uma frase cheia de vida “No princípio, criou Deus os céus e a terra” termina com morte, embalsamamento e caixão, palavras que gostaríamos de riscar do vocabulário! Mas não podemos nos esquecer de que cremos no Doador da vida! E de que a morte, para os seus servos, é um recomeço, em outra dimensão, a celestial! Nem a morte pode nos separar do amor de Deus (Rm 8.38,39).
Começa, então, o período da Lei, com a saída dos filhos de Israel do Egito — liderados por Moisés —, que não eram mais uma família, mas um grande povo. Esse período duraria até a plenitude dos tempos, quando Deus enviaria seu Filho, “nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5).
No decurso desse período, entre os livros de Êxodo e Malaquias, houve vários fins e recomeços. E, como a humanidade não foi capaz de retomar o rumo segundo a vontade de Deus, mais um período dispensacional teria de acabar, como lemos em João 1.17: “a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”.
Cristo, o verdadeiro Deus encarnado (Jo 1.1,14; 1 Tm 3.16), dá início ao período da Graça. Mas somente a sua encarnação não seria suficiente. Teria Ele de passar pelas angústias humanas. O véu precisaria ser rasgado. E não estou falando do véu do Templo, partido em dois para “dizer” que o caminho para a salvação está aberto. Para isso acontecer, um outro véu teria de ser rasgado: o corpo de nosso Senhor (Hb 10.20).
Jesus nasceu e morreu. Fim? Bem, se a sua morte fosse o fim, estaríamos perdidos. Mas... Ah, como eu gosto desta palavrinha! Às vezes, até usamo-la de modo inconveniente, para criticar alguém: “Gosto de fulano, mas...” Contudo, veja como ela se encaixa como uma luva em 1 Coríntios 15.17-20. Leia esta passagem agora, por favor.
Glória a Deus! Se Jesus não tivesse ressuscitado, a nossa fé seria vã e estaríamos perdidos. Mas Cristo ressuscitou! Que recomeço maravilhoso e triunfante, não acha? Imagine a alegria das mulheres que foram visitar o corpo de Jesus, e encontraram a pedra revolvida e o túmulo vazio (Mc 16.1-4). Que recomeço para elas, que já não tinham esperanças!
Você pode escolher ao passar por uma decepção ou tragédia uma das duas palavrinhas de três letras: fim ou mas. É possível que você esteja enfrentando grandes angústias agora. Há, quem sabe, muitas decepções em seu coração: a perda de um ente querido em uma tragédia, a interrupção de uma gravidez, um sonho não realizado, uma enfermidade, o fim de um relacionamento... Bem, você tem a oportunidade de deixar para trás as frustrações e começar uma nova fase da vida com alegria e satisfação.
O fim não é um fim em si mesmo. Lembre-se de que sempre haverá um mas. O que seria de nós se alguns versículos terminassem antes dessa palavrinha? Imagine se Romanos 6.23 terminasse assim: “o salário do pecado é a morte”. Mas há um complemento animador: “o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Temos dificuldades e aflições, mas o Senhor é o nosso Pastor! O Inimigo se levanta contra nós, mas maior é Aquele que está conosco! Os nossos corações nos condenam, mas maior é Ele do que os nossos corações! Você pode ter enfrentado uma grande dificuldade, frustrações e decepções; mas tudo isso acabará, se você tiver esperança, e uma nova fase de vitórias terá início, pois cremos que o fim traz um grande recomeço para aqueles que depositam a sua esperança em Jesus Cristo!
O mundo está em guerra. O Brasil, dominado pela corrupção. E, para piorar, tragédias não param de acontecer... O profeta Miquéias vivia dias semelhantes aos nossos (Mq 7.1-6). Contudo, havia um porém. Qual? A sua certeza em um recomeço em Deus estava inabalável, e ele exclamou: “Eu, porém, esperarei no Senhor; esperei no Deus da minha salvação: o meu Deus me ouvirá” (Mq 7.7).
Pessoas especiais morreram, porém Cristo está vivo e consola o seu coração. O ano pode não estar sendo bom para você... “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.37). Anime-se! Há uma luz no fim do túnel.
Ciro Sanches Zibordi
Comentários
Gostei muito do texto mas queria muito, muito mesmo que o senhor me respondesse duas coisas, preciso ser esclarecida, me ajude, por favor!
São elas:
1- Por que que Deus então nos criou sabendo que nós desobedeceríamos a Ele desde o início e sabia que o mundo seria um caos?
2- Quais são esses propósitos do Criador para nós?
Aguardo ansiosamente suas sábias respostas!
Um abraço!
Tatiana
A Paz do SENHOR!
Jônatas O. Duarte
Por favor, permita sempre o Senhor te usar dessa forma.
Glória a Deus
Pastor me emocionei com essa linda mensagem,principalmente nos trechos bíblicos.Verdadeiramente foi muito edificante para mim.A Paz do Senhor
Bela postagem, sucinta e verdadeira.
Abraço
Deus continue usando sua vida para divulgar as verdades das Escrituras.
O senhor usou palavras muito bonitas no texto,mas o texto é totalmente dispensacionalista!
O plano de Deus é só um,não sete ou oito!
Com respeito,um abraço.
Obrigado pelas palavras pensadas pelo Espírito de Deus e reverberada pelo Sr.
Por favor, me permita o Ir. Luis Alberto (permita sempre o Senhor te usar dessa forma.)
Deus nos abençoe.
Parabéns pelo texto. Nele há um percurso semelhante a um caminho feito em degraus. O degrau acaba, mas a escada leva adiante. Deus pegou o homem que descera até o último piso e, por amor infinito, o pôs em posição de subir degrau por degrau até aproximar-se novamente do Excelso Criador. Fique na doce Paz do Senhor.
Agradeço-lhe pelo elogio. Não são todos os leitores que conseguem detectar as palavras bonitas de um texto.
Que Deus o abençoe.
CSZ
Passei por aqui e não pude sair sem antes deixar meu comentário a respeito desta palavra! Excelente texto! Me ajudaram muito hoje quando as li, de fato Deus sempre usa seus filhos e com uma simples palavra alegra nossos corações! São palavras de fé, amor e esperança...era tudo que precisava ouvir de Deus hoje! Deus continue lhe abençoando!
Temos aflições diariamente, ainda mais longe de nossa pátria, mas como o salmista expressa: "O meu socorro vem do SENHOR que fez o céu e a terra (Salmos 121:2)." As palavras foram o socorro de Deus para nossas vidas hoje!
Fraternalmente,
Pb. Adriano Aoki
"... Nós temos transgredido contra o nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra, mas, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel." Esdras 10:2b
O povo tinha transgredido seriamente, mas se converteram, abandonaram o pecado, houve um quebrantamento, e um avivamento pela Palavra. Enquanto muitos pensam que avivamento é só "reteté", "cair no Espírito", "palavra profética", vemos em Esdras que a luz no fim do túnel foi um avivamento gerado através da Palavra, Esdras em um palanque no meio do povo lendo a Lei e o povo chorando e se arrependendo, gosto muito do Livro de Esdras, que avivamento, precisamos deste todos os dias.
Antes do Sr. publicar esse artigo pela primeira vez, eu passava por um momento muito ruim.
Acreditava que havia uma luz no fim do túnel, mas essa luz era um trem que vinha na minha direção para acabar com tudo.
Graças a Deus, conseguir dar a volta por cima e essas belas palavras somadas, principalmente, ao texto bíblico me ajudaram bastante.
Que Deus o abençoe.
Em Cristo,
Gilmar
P.S. O Sr. bem que poderia escrever um artigo discorrendo sobre o dispensacionalismo. Que tal?
Republico o presente artigo de tempos em tempos, com leves modificações, pois sempre me lembro que há pessoas precisando de uma mensagem de ânimo, em meio a grandes provações.
Grato pela sugestão.
Em Cristo,
CSZ
Como sempre uma boa reflexão, ainda que descordemos em alguns pontos. Mas são sempre provocadoras, no bom sentido.
A ideia de Deus se "decepcionando" não se coaduna bem, ao nosso ver, com o Deus onisciente e soberano das Escrituras.
Afinal, nada disso estava nos eternos decretos de Deus? Deus apenas vai registrando os "soberanos" atos do homem, enquanto tenta concertar suas besteiras e decisões equivocadas aqui e ali? Seria Deus um mero jornalista a registrar a história ou, antes, um Deus que direciona a história?
Algumas questões para a reflexão de nossos irmãos, seus leitores, como eu.
Fiquei triste quando vi suas respostas aos outros mas menos a minha pergunta... :((((((
Paz!
Bom artigo de cunho hermenêutico(risos!).
A paz do Senhor, pr. Ciro.
Excelentes palavras edificantes.
O Súdito.
http://suditosdoreino.blogspot.com/
Retribuo o seu elogio: como sempre, o irmão fez um ótimo comentário, contendo boas perguntas para nossa reflexão.
Um grande abraço.
CSZ
O texto é praticamente o mesmo, com pequenas adaptações. De tempos em tempos, sinto-me impelido a publicar o presente texto. Certamente, há pessoas que precisam dessa palavra.
Um grande abraço.
CSZ
1. Deus fez pessoas capazes de amá-lo. O amor é um sentimento que envolve intelecto, sentimento e vontade, faculdades da alma humana. Deus dotou o homem dessas três faculdades para que este o ame (ou não) voluntariamente. Ele não fez seres autômatos.
2 - Sua segunda pergunta é muito vasta. Não é possível responder-lhe em um comentário. Há vários livros e enciclopédias que tratam dos propósitos de Deus. Vou tentar escrever um artigo sobre isso, quando eu tiver um tempo.
Um grande abraço. Desculpe-me da demora em lhe responder.
CSZ
Estou fazendo uma pergunta aqui pois não sei se tem alguma area de entrar em contato. Gostaria de saber se há alguma postagem no Blog com o enfoque sobre a importância do culto?