12 de outubro: uma boa data para combater a malévola adultização precoce


Neste Dia da Criança desejo abordar um assunto que muitos preferem evitar, o qual me incomoda profundamente: a adultização precoce. A infância, em nossos dias, está cada vez mais curta, e os infantes que não aproveitam essa fase acabarão tendo problemas em sua formação.

Surgiu, há alguns anos, no meio evangélico, uma nova “onda”: a dos animadores de auditório mirins. Eles são espalhafatosos, alguns usam suspensório, berram ao microfone, mandam o povo dizer isso e aquilo, pegar na mão do irmão, abraçá-lo, beliscá-lo, etc. Uns chegam até a usar bordões do tipo: “Pentecostal que não faz barulho tem defeito de fabricação”. E outros dão aqueles “aleluias” prolongados, como se fossem pôr as entranhas pela boca.

Queridos pais e pastores que têm apoiado essa nova modalidade de pregação (pregação?) infantil, dirijo-me aos irmãos com muito respeito e zelo da parte de Deus. É muito bom que as crianças louvem ao Senhor Jesus e preguem a Palavra de Deus em nossos templos. Mas, por favor, deixem os infantes viver essa linda fase da vida! Parem de se aproveitar das crianças para ganhar dinheiro! Vocês são pais ou empresários?

Será que a vida (vida?) do astro Michael Jackson, que não teve infância e sempre foi infeliz por causa disso, não lhes serviu de exemplo? A criança precisa brincar, aproveitar a infância, e não ser submetida a essa insana e agressiva adultização precoce, que já ocorre no mundo (atores, apresentadores e jogadores de futebol mirins, etc.), e agora surge com força entre nós!

Não estou contra os meninos pregadores. Nem contra as igrejas que, eventualmente, realizam cultos com a participação ativa dos infantes. Por graça de Deus, comecei a pregar muito cedo e me regozijo quando vejo crianças pregando a Palavra do Senhor. Mas alegro-me quando as vejo de fato pregando, naturalmente, com simplicidade, falando como criança, gesticulando como criança, reagindo como criança, sem esses trejeitos espalhafatosos dos pregadores malabaristas e animadores de auditório.

Deus criou todas as fases da vida, para que elas sejam vividas. O próprio apóstolo Paulo afirmou: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino...” (1 Co 13.11). E a chamada para ser pregador é um ato soberano de Deus (1 Tm 2.7; Mc 3.13). Se Ele quiser usar os pequeninos como pregadores do Evangelho, nada o impedirá, mas Ele fará isso no tempo certo. Não há necessidade de que sejam “fabricados” animadores de auditório mirins...

Que os pais resistam às influências do mundo (Rm 12.1,2), que a cada dia fazem o período infantil ficar mais curto, tirando dos infantes a inocência e a singeleza (cf. Mt 18.1-4). E que aqueles tenham consciência de que faz parte da boa formação de seus filhos contribuir para que eles vivam intensamente cada fase da vida, a começar pela infância.

Ciro Sanches Zibordi

Comentários

Luis João disse…
Parabéns pelo post pastor,realmente esse problema tem atingido a sociedade e por consequência a igreja,hoje muitas crianças estão na infância mas não vivem a infância.
Izaldil Tavares de Castro disse…
Excelente abordagem, caro pastor Ciro. Tem-se visto alguma preocupação na sociedade mundana com relação às crianças e sua estrutura psicológica. Mesmo assim, há animadores de TV que usam pequeninos (as) para aumentar a audiência. Falta mais atenção da Justiça quanto a isso.
O meio evangélico deveria ser muito mais sábio com relação ao assunto. Há pais explorando filhos, postos na condição de cantores-mirins, pregadores-mirins etc. Tais pais querem fazer das crianças uma fonte de renda, o que é absurdo! Trata-se de um problema moral! É necessário que sua mensagem seja observada por pais, pastores, dirigentes de igrejas e por todos aqueles que prezam a saúde física, mental e espiritual das novas gerações.
Deus o abençoe.
Unknown disse…
Graça e Paz, Pastor Ciro.

É triste vermos que Satanás está conseguindo induzir à destruição das crianças tanto "lá fora" como "cá dentro". É muito triste.
Cá dentro, dá nojo ver isso, é como se fosse uma "pedofilia espiritual": adultos se aproveitando de crianças NA CASA DE DEUS para ganhar dinheiro e fama (também).
Lá fora, pavoroso ver que estão batalhando para descriminalizar a pedofilia e o incesto (na Alemanha, há uma cartilha do Governo dizendo que os pais [homens] devem incentivar e ensinar NA PRÁTICA a masturbação para seus/suas filhos/filhas).

Se Jesus não voltar estamos fritos!

Em tempo, um abraço carinhoso para sua herdeirinha, e que Deus abençoe sua família.

Simone
http://adoracaoreverente.blogspot.com
Luciano Lourenço disse…
Excelente advertência, pr.Ciro! É entediante assistir a um culto infantil onde crianças tomam como paradigma esses animadores de auditórios que se lançam perante o público incauto com suas ludibriadoras pregações, recheadas de clichês peçonhentos que envenenam o coração e alma dos indoutos. Oxalá que os pais orientem seus filhos nos procedimentos certos e sadios que a Palavra de Deus disponibiliza a todos os seus santos. Oxalá que os pastores extirpem de uma vez por toda esses falsos pastores de suas igrejas, caso contrário teremos, em muito breve, uma igreja fria e desnorteada do caminho. Diz a Palavra de Deus: “instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele”(Pv 22:6).
Deus o abençoe, sempre!
Prezamigo e nosso pr. Ciro Zibordi,

A paz do Senhor!

Excelente lembrança aos pais abusadores e inquietos com o futuro dos seus filhos.

O melhor futuro para um filho é conseguir-lhe no presente os momentos saudáveis e dignos que qualquer criança deve desfrutar com qualidade.

É inadmissível o sentimento dos pais que se aproveitam dos filhos, e os designam a uma vida adulta sem o crescimento correto e saudável a uma criança normal.

Pais estes, que deveriam ser julgados pela sua infantil e má conduta ao conduzir o seu filho, ao caminho das heresias. Estes transformam os seus filhos em macacos de imitação de pastores(pastores?) presepeiros e cientistas de heresias.

Creio que deveriam ser condenados por maus tratos a estes menores e por sua incapacidade de conduzir o seu lar e prover o ensino correto a estas crianças, que poderão estar desviadas do evangelho, por não o terem conhecido com honestidade através de seus pais e dos líderes que se divertem com as suas mini-cópias.

O Senhor seja contigo, nobre companheiro!

O menor dos menores.