Escatologia Bíblica é um estudo que envolve doutrinas “difíceis de entender” (2 Pe 3.16). Sua correta compreensão — bem como a de todas as matérias teologais — só ocorre mediante a priorização do que está revelado na Bíblia, a Palavra de Deus, a qual apresenta a totalidade das informações futuríveis essenciais (Ap 22.18,19).
Esta série de estudos não é especulativa, e sim biblicocêntrica. Afinal, renunciar a autoridade bíblica para exercitar o raciocínio a bel-prazer, com o intuito de formular teorias quanto ao futuro baseadas em passagens interpretadas isoladamente, é o mesmo que “forçar” a Palavra de Deus a dizer o que não diz. É o que temos visto nos dias de hoje; e por isso mesmo escrevi a série sobre a escatologia aterrorizante, que voltarei a mencionar na presente série.
Conquanto eu valorize até certo ponto algumas teorias extrabíblicas tidas como lógicas e consistentes, haja vista decorrerem de exaustivas pesquisas, o “estudo das últimas coisas” (Escatologia) só tem relevância quando se harmoniza plenamente com o conteúdo das páginas sagradas. Se isso não ocorre, abraça-se a teologia especulativa, em alguns casos até paranoica, da qual muitos se valem para chegar a lugar algum ou aterrorizar pessoas incautas.
O profeta Daniel não ousou desvendar por conta própria os mistérios relativos ao futuro. Mas confessou: “Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso, eu disse: Senhor meu, qual será o fim dessas coisas?” (Dn 12.8). As Escrituras não foram divinamente produzidas para que cada indivíduo, ao interpretá-las, tire as suas próprias conclusões. Elas são a revelação de Deus, e nós devemos nos aproximar delas com o objetivo de assimilar as verdades reveladas pelo Senhor (Sl 119.105).
Paulo é outro exemplo nesse sentido. Apesar de sua erudição, não abria mão das Escrituras: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi visto por Cefas e depois pelos doze” (1 Co 15.3,4). E também: “Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4).
Mesmo sendo o doutor dos gentios, Paulo jamais ousou especular acerca do que não lhe fora revelado; antes, admitiu: “agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido” (1 Co 13.12). Que nunca nos esqueçamos da “glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18; 1 Pe 5.1), pois muitas verdades só poderão ser conhecidas no futuro, após o Arrebatamento da Igreja (1 Jo 3.2).
O que é Escatologia? Escatologia (gr. eschatos, “último”, “derradeiro”, “final”, “extremo”; e logia, “coleta”) é o estudo dos acontecimentos que hão de ocorrer conforme a soberana vontade de Deus, “segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Ef 3.11). O Eterno disse: “não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antigüidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” (Is 46.9,10).
Em Lucas 21.36 está escrito: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas cousas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem” (ARA). Quando essas coisas acontecerão? A Bíblia Sagrada apresenta os detalhes desses acontecimentos? Até que ponto podemos entender o desdobramento deles? O que ocorrerá nos Céus e na Terra? Quem participará desses eventos?
Por que Escatologia Bíblica? São muitas as perguntas quanto ao futuro, mas não podemos perder de vista a base para uma proveitosa análise das últimas coisas: não ir além do que está escrito na Bíblia (Dt 29.29; 1 Co 4.6). E isso não tira o brilho do estudo escatológico. Embora o ser humano seja obcecado por novidades, os subsídios extrabíblicos, como divagações filosóficas, supostas divinas revelações, notícias aterrorizantes, paranoicas, conspirações, etc., só confundem o estudioso da Bíblia Sagrada.
A Teologia Sistemática deve se harmonizar com a Teologia Bíblica. Tais departamentos da Teologia não existem para dividir os teólogos. Por isso, ao estudarmos as “coisas que devem acontecer” (Ap 1.19) de modo compendiado e sistemático, nosso objetivo é fornecer ao estudioso do assunto uma visão global da Escatologia Bíblica. Com isso, podemos analisar cada evento, voltando, quando necessário, ao estudo panorâmico.
Quais são os principais eventos escatológicos? Em que ordem as últimas coisas devem acontecer? Veja abaixo uma sequência geral acompanhada de passagens bíblicas, para que, estudando-as, tenha em mente todo o cenário escatológico. Seria muito útil ao estudioso dessas doutrinas examinar com cuidado, em meditação, cada referência mencionada na relação abaixo.
Arrebatamento da Igreja. Ocorrerá nos ares, antes da Grande Tribulação (1 Ts 4.16,17; 1.10). Esse rapto dos salvos desencadeará uma série de eventos.
Tribunal de Cristo. Dar-se-á logo após o Arrebatamento da Igreja, nos ares (Ap 22.12; 1 Pe 5.4).
Grande Tribulação. Ocorrerá na Terra e terá duração de sete anos (Dn 9.25-27).
Bodas do Cordeiro. Estas se darão no Céu, enquanto o mundo estiver enfrentando a Grande Tribulação (Ap 19.1-9).
Vinda de Jesus à Terra. Não confunda esta Manifestação de Cristo em poder e glória, para a batalha do Armagedom, com o Arrebatamento (Zc 14.1-4; Jl 3.2; Ap 16.13-16; 17.14).
Fim do Império do Anticristo (Ap 19.19-21) e Julgamento das Nações (Jl 3.12-14; Mt 25.31-46). Ambos ocorrerão no fim da Grande Tribulação.
Milênio. Será inaugurado logo após os eventos acima e a prisão de Satanás (Ap 20.1-6).
Revolta do Diabo e sua Condenação. Após o Milênio, mil anos, o Inimigo será solto por pouco tempo, pois logo ele — em última instância — e suas hostes serão julgados (Ap 20.7-10; Jo 16.8-11; Rm 16.20).
Juízo Final (Ap 20.11-15). Ocorrerá após a última revolta do Diabo e sua condenação. Não confunda esse julgamento com outros, como o Julgamento das Nações, por exemplo.
Novos Céus e Nova Terra (Ap 21-22; 2 Pe 3.7). Depois de todos os eventos acima, a Palavra de Deus afirma que o Senhor fará novos Céus e nova Terra. Glória a Deus! Estejamos, pois, preparados para o grande Encontro, naquele grande Dia, o qual pode ser ainda hoje.
“Ora, vem, Senhor Jesus!”
Ciro Sanches Zibordi
Esta série de estudos não é especulativa, e sim biblicocêntrica. Afinal, renunciar a autoridade bíblica para exercitar o raciocínio a bel-prazer, com o intuito de formular teorias quanto ao futuro baseadas em passagens interpretadas isoladamente, é o mesmo que “forçar” a Palavra de Deus a dizer o que não diz. É o que temos visto nos dias de hoje; e por isso mesmo escrevi a série sobre a escatologia aterrorizante, que voltarei a mencionar na presente série.
Conquanto eu valorize até certo ponto algumas teorias extrabíblicas tidas como lógicas e consistentes, haja vista decorrerem de exaustivas pesquisas, o “estudo das últimas coisas” (Escatologia) só tem relevância quando se harmoniza plenamente com o conteúdo das páginas sagradas. Se isso não ocorre, abraça-se a teologia especulativa, em alguns casos até paranoica, da qual muitos se valem para chegar a lugar algum ou aterrorizar pessoas incautas.
O profeta Daniel não ousou desvendar por conta própria os mistérios relativos ao futuro. Mas confessou: “Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso, eu disse: Senhor meu, qual será o fim dessas coisas?” (Dn 12.8). As Escrituras não foram divinamente produzidas para que cada indivíduo, ao interpretá-las, tire as suas próprias conclusões. Elas são a revelação de Deus, e nós devemos nos aproximar delas com o objetivo de assimilar as verdades reveladas pelo Senhor (Sl 119.105).
Paulo é outro exemplo nesse sentido. Apesar de sua erudição, não abria mão das Escrituras: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi visto por Cefas e depois pelos doze” (1 Co 15.3,4). E também: “Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4).
Mesmo sendo o doutor dos gentios, Paulo jamais ousou especular acerca do que não lhe fora revelado; antes, admitiu: “agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido” (1 Co 13.12). Que nunca nos esqueçamos da “glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18; 1 Pe 5.1), pois muitas verdades só poderão ser conhecidas no futuro, após o Arrebatamento da Igreja (1 Jo 3.2).
O que é Escatologia? Escatologia (gr. eschatos, “último”, “derradeiro”, “final”, “extremo”; e logia, “coleta”) é o estudo dos acontecimentos que hão de ocorrer conforme a soberana vontade de Deus, “segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Ef 3.11). O Eterno disse: “não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antigüidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” (Is 46.9,10).
Em Lucas 21.36 está escrito: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas cousas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem” (ARA). Quando essas coisas acontecerão? A Bíblia Sagrada apresenta os detalhes desses acontecimentos? Até que ponto podemos entender o desdobramento deles? O que ocorrerá nos Céus e na Terra? Quem participará desses eventos?
Por que Escatologia Bíblica? São muitas as perguntas quanto ao futuro, mas não podemos perder de vista a base para uma proveitosa análise das últimas coisas: não ir além do que está escrito na Bíblia (Dt 29.29; 1 Co 4.6). E isso não tira o brilho do estudo escatológico. Embora o ser humano seja obcecado por novidades, os subsídios extrabíblicos, como divagações filosóficas, supostas divinas revelações, notícias aterrorizantes, paranoicas, conspirações, etc., só confundem o estudioso da Bíblia Sagrada.
A Teologia Sistemática deve se harmonizar com a Teologia Bíblica. Tais departamentos da Teologia não existem para dividir os teólogos. Por isso, ao estudarmos as “coisas que devem acontecer” (Ap 1.19) de modo compendiado e sistemático, nosso objetivo é fornecer ao estudioso do assunto uma visão global da Escatologia Bíblica. Com isso, podemos analisar cada evento, voltando, quando necessário, ao estudo panorâmico.
Quais são os principais eventos escatológicos? Em que ordem as últimas coisas devem acontecer? Veja abaixo uma sequência geral acompanhada de passagens bíblicas, para que, estudando-as, tenha em mente todo o cenário escatológico. Seria muito útil ao estudioso dessas doutrinas examinar com cuidado, em meditação, cada referência mencionada na relação abaixo.
Arrebatamento da Igreja. Ocorrerá nos ares, antes da Grande Tribulação (1 Ts 4.16,17; 1.10). Esse rapto dos salvos desencadeará uma série de eventos.
Tribunal de Cristo. Dar-se-á logo após o Arrebatamento da Igreja, nos ares (Ap 22.12; 1 Pe 5.4).
Grande Tribulação. Ocorrerá na Terra e terá duração de sete anos (Dn 9.25-27).
Bodas do Cordeiro. Estas se darão no Céu, enquanto o mundo estiver enfrentando a Grande Tribulação (Ap 19.1-9).
Vinda de Jesus à Terra. Não confunda esta Manifestação de Cristo em poder e glória, para a batalha do Armagedom, com o Arrebatamento (Zc 14.1-4; Jl 3.2; Ap 16.13-16; 17.14).
Fim do Império do Anticristo (Ap 19.19-21) e Julgamento das Nações (Jl 3.12-14; Mt 25.31-46). Ambos ocorrerão no fim da Grande Tribulação.
Milênio. Será inaugurado logo após os eventos acima e a prisão de Satanás (Ap 20.1-6).
Revolta do Diabo e sua Condenação. Após o Milênio, mil anos, o Inimigo será solto por pouco tempo, pois logo ele — em última instância — e suas hostes serão julgados (Ap 20.7-10; Jo 16.8-11; Rm 16.20).
Juízo Final (Ap 20.11-15). Ocorrerá após a última revolta do Diabo e sua condenação. Não confunda esse julgamento com outros, como o Julgamento das Nações, por exemplo.
Novos Céus e Nova Terra (Ap 21-22; 2 Pe 3.7). Depois de todos os eventos acima, a Palavra de Deus afirma que o Senhor fará novos Céus e nova Terra. Glória a Deus! Estejamos, pois, preparados para o grande Encontro, naquele grande Dia, o qual pode ser ainda hoje.
“Ora, vem, Senhor Jesus!”
Ciro Sanches Zibordi
Comentários
É a primeira vez que comento no seu Blog, mas faz algum tempo que venho acompanhando suas postagens.
Gosto tanto do seu Blog, que tenho divulgado entre meus amigos e irmãos os seus posts.
Fico muito feliz por haver homens comprometidos com a verdadeira palavra como você.
Pena que alguns estão indo atrás dessa escatologia aterrorizante. Eu mesmo assisti aos videos deste irmão (irmão?) que está assustando os crentes incautos e fiquei pasmo com muitas de suas "teses".
Estou ansioso pelo próximo post da verdadeira escatologia bíblica!
Que Deus continue te abençoando Pr. Ciro.
Um abraço fraternal em Cristo.
Guilherme Araújo
Assembléia de Deus, Criciúma/SC
Meu marido também já é seu "fã".
Vou acompanhar sua agenda para saber se um dia o senhor virá à Volta Redonda-RJ.
A paz do Senhor!
Permita-me depois desta matéria somente dizer:
Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
O Senhor seja contigo, nobre atalaia,
O menor de todos. Certamente!
Você fez uma ótima síntese do panorama bíblico-escatológico, mas continuo com uma dúvida no item "arrebatamento da Igreja": no texto mencionado de 1Ts 4.16, assim como em 1Co 15.52, diz que o arrebatamento ocorrerá, tão-somente, após a ressurreição dos mortos (em Cristo). Já em Ap 20.5, o Espírito de Cristo nos diz, através de João, que há uma primeira ressurreição, situando-a junto aos eventos finais da Grande Tribulação.
Como você disse em um outro texto seu, os eventos contidos nos capítulos 19 e 20 de Apocalipse são parte da cronologia do final da tribulação (com o que eu concordo). Mas, aí, é que surge a dúvida: se a primeira ressurreição se dá no final da tribulação, como o arrebatamento, que acontece após a ressurreição dos mortos em Cristo, poderia se dar antes dela?
Espero que eu não tenha deixado a questão muito confusa. Mas creio que você vai conseguir entender e esclarecer. Talvez outras pessoas tenham a mesma dúvida que eu.
Que a Paz do Senhor Jesus continue com você, sua família e seus leitores!
Este assunto que você está abordando é fundamental para todo o crente.
Continue escrevendo mais sobre este assunto.
Eu, particularmente, gostaria de pedir que falasse mais sobre a questão do arrebatamento pré ou pós-tribulacionista.
Creio que será antes da Grande Tribulação, mas nos meus estudos bíblicos reconheço que há motivos para que muitos creiam no pós-tribulacionismo.
Gostaria que você ajudasse a esclarecer, se possível, estas dúvidas.
A paz do Senhor!
Grato pelo seu interesse pelo assunto. Aconselho-o a esperar um pouco, pois esta é apenas a primeira parte desse estudo, que certamente terá várias etapas.
Quanto à primeira ressurreição, adianto que ela se dará em algumas etapas, ao contrário da segunda, que ocorrerá uma única vez, após o Milênio.
Em Cristo,
CSZ
Desculpe-me pela pressa (rsrs)!
Continue na Paz!
Graça e Paz!
Sempre fui fascinado pela Escatologia, mesmo antes de me tornar Cristão. Estudo Bacharelado em Teologia e já penso em fazer um mestrado em Escatologia.
Glorifico a Deus, por existir homens como você que pregam uma Escatologia Biblicocêntrica e não meras especulações.
Se permitir, gostaria de colocar o teu texto no meu blog (http://elton-morais.blogspot.com).
No Profundo Amor de Cristo,
Elton Morais
PREPARE-SE!
Esta mensagem é para todos que visitam este blog.
Prepare-se para receber o ensino que está faltando em muitos púlpitos e, principalmente, na WEB.
Mais!
Receba, examine e seja edificado em Nome de Jesus.
É isso aí meu irmão. No final de tudo a Palavra de Deus, a BÍBLIA, permanece soberana e eterna.
Em Cristo,
Ir. Márcio Cruz.
Quero agradecê-lo por se importar conosco, crentes em Jesus que desejam viver uma vida renovada pela Palavra e não por suposições humanas. Estou certo de que agora, com essa série a que o sr. se propõe, poderemos aprender bastante sobre a verdadeira escatologia bíblica, que muitos rejeitam para sua destruição em troca de fábulas enganadoras.
Deus te use tremendamente para nosso ensino. Já estou aguardando pela próxima postagem.
Paz do Senhor Jesus.
Gostei muito desta postagem, e ao lê-la me dei conta de que há muito não ouço a verdadeira escatologia nos púlpitos ou na escola dominical.
Parbéns pelo seu empenho em defender a verdade.
Um abraço
Cristiane