Diante de contundentes análises a respeito de movimentos contrários às Escrituras ou ante críticas a comportamentos incompatíveis com a vida cristã, alguns cristãos costumam citar mecanicamente o que o Senhor Jesus disse em Mateus 7.1, como se fosse um clichê. E acrescentam: “Não cabe a nós o julgar”, “Quem é você para julgar?” ou, ainda, “Somos o único exército que mata os seus soldados”.
Em 1 Pedro 4.17, está escrito: “já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus”. E, em 1 Tessalonicenses 5.21 (ARA), lemos: “julgai todas as cousas, retende o que é bom”. Que tipo de julgamento de todas as cousas é esse, o qual começa pela casa de Deus, se não cabe a nós o julgar? Estaríamos diante de uma grande incongruência ou contradição?
De acordo com a Palavra de Deus, nunca devemos desprezar pregações, ensinamentos, profecias, hinos de louvor a Deus, bem como sinais e prodígios (At 17.11a; 2.13; 1 Ts 5.19,20). Mas, ao mesmo tempo, deve haver julgamento na casa de Deus. Como assim? Cabe a nós provar, examinar se tudo é aprovado pelo Senhor (At 17.11b; 1 Ts 5.21; Hb 13.9). “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1 Co 14.29). E ainda: “Amados, não creais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 Jo 4.1).
Segue-se que devemos julgar, mas esse julgamento deve ser de acordo com a reta justiça (Jo 7.24), e não pela aparência, por preconceito ou mágoa de alguém. Mas, por que o Senhor disse, em Mateus 7.1, “Não julgueis, para que não sejais julgados”, se o próprio Novo Testamento nos manda julgar? Não seria isso uma incongruência? Não! No aludido versículo, o Senhor referiu-se ao julgamento calunioso, e não ao julgamento no sentido de provar, examinar, discernir, etc. Aliás, no mesmo capítulo, Ele demonstra que devemos julgar (exercer discernimento), ao enfatizar a necessidade de cautela ante as profecias e os milagres dos falsos profetas (Mt 7.15-23).
Se podemos julgar profecias, pregações, milagres, etc., como fazer isso? Primeiro: nossa fonte precípua, primária, prioritária, para exame deve ser Palavra de Deus (At 17.11; Hb 5.12-14), pois ela está acima de tudo e de todos (Gl 1.8). Quando eu digo “acima de todos”, é porque o próprio Deus a elevou a esse patamar (1 Co 4.6; Sl 138.2). Ou seja, não podemos dissociar a Palavra de Deus do Deus da Palavra.
Segundo: o nosso julgamento deve ocorrer de acordo com a sintonia do Corpo com a Cabeça (Ef 4.14,15; 1 Co 2.16; 1 Jo 2.20,27; Nm 9.15-22). Afinal, a verdadeira Igreja de Cristo não é a denominação mais antiga, a da época da Reforma, ou a primeira que chegou ao Brasil, etc. A autêntica Igreja Cristã é a que segue a Jesus (Lc 9.23), a que anda como Ele andou (1 Jo 2.6; At 10.38).
Terceiro: o julgamento justo ocorre também segundo o dom de discernir os espíritos dado às igrejas de Cristo (1 Co 12.10,11; At 13.6-11; 16.1-18). A falta desse dom em algumas igrejas locais tem levado alguns crentes a se conformarem com o erro. São esses que se apegam ao falacioso bordão: “Quem sou eu para julgar?”, confundindo o discernir (1 Co 2.15) com o caluniar (Mt 7.1). Na Bíblia, um mesmo termo pode, em português, assumir significações diferentes de acordo com a construção frasal, no texto original, e os seus contextos imediato e remoto. É o caso do verbo “julgar”.
Usemos, finalmente, de bom senso (1 Co 14.33; At 9.10,11), ao julgarmos heresias, modismos, desvios, incongruências, erros, verificados no meio do povo de Deus. Alguns irmãos apegam-se ao simplismo e asseveram que devemos julgar a profecia, e não o profeta. Nunca leram esses desavisados os livros de Deuteronômio e Jeremias?
A vida do profeta, do pregador, do cantor, etc., deve ser levada em consideração, sim. Ele(a) tem uma vida de oração e devoção a Deus? Honra a Cristo em tudo, não recebendo glória dos homens? Demonstra amar e seguir a Palavra do Senhor? Ama os pecadores e deseja vê-los salvos? Detesta o mal e ama a justiça? Prega contra o pecado, defende o Evangelho (cf. Fp 1.16), bem como estimula os cristãos seguirem a paz com todos e a santificação? Repudia ele(a) a avareza, ou ama sordidamente o dinheiro?
Portanto, julguemos tudo e retenhamos o que é bom.
Ciro Sanches Zibordi
Em 1 Pedro 4.17, está escrito: “já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus”. E, em 1 Tessalonicenses 5.21 (ARA), lemos: “julgai todas as cousas, retende o que é bom”. Que tipo de julgamento de todas as cousas é esse, o qual começa pela casa de Deus, se não cabe a nós o julgar? Estaríamos diante de uma grande incongruência ou contradição?
De acordo com a Palavra de Deus, nunca devemos desprezar pregações, ensinamentos, profecias, hinos de louvor a Deus, bem como sinais e prodígios (At 17.11a; 2.13; 1 Ts 5.19,20). Mas, ao mesmo tempo, deve haver julgamento na casa de Deus. Como assim? Cabe a nós provar, examinar se tudo é aprovado pelo Senhor (At 17.11b; 1 Ts 5.21; Hb 13.9). “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1 Co 14.29). E ainda: “Amados, não creais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 Jo 4.1).
Segue-se que devemos julgar, mas esse julgamento deve ser de acordo com a reta justiça (Jo 7.24), e não pela aparência, por preconceito ou mágoa de alguém. Mas, por que o Senhor disse, em Mateus 7.1, “Não julgueis, para que não sejais julgados”, se o próprio Novo Testamento nos manda julgar? Não seria isso uma incongruência? Não! No aludido versículo, o Senhor referiu-se ao julgamento calunioso, e não ao julgamento no sentido de provar, examinar, discernir, etc. Aliás, no mesmo capítulo, Ele demonstra que devemos julgar (exercer discernimento), ao enfatizar a necessidade de cautela ante as profecias e os milagres dos falsos profetas (Mt 7.15-23).
Se podemos julgar profecias, pregações, milagres, etc., como fazer isso? Primeiro: nossa fonte precípua, primária, prioritária, para exame deve ser Palavra de Deus (At 17.11; Hb 5.12-14), pois ela está acima de tudo e de todos (Gl 1.8). Quando eu digo “acima de todos”, é porque o próprio Deus a elevou a esse patamar (1 Co 4.6; Sl 138.2). Ou seja, não podemos dissociar a Palavra de Deus do Deus da Palavra.
Segundo: o nosso julgamento deve ocorrer de acordo com a sintonia do Corpo com a Cabeça (Ef 4.14,15; 1 Co 2.16; 1 Jo 2.20,27; Nm 9.15-22). Afinal, a verdadeira Igreja de Cristo não é a denominação mais antiga, a da época da Reforma, ou a primeira que chegou ao Brasil, etc. A autêntica Igreja Cristã é a que segue a Jesus (Lc 9.23), a que anda como Ele andou (1 Jo 2.6; At 10.38).
Terceiro: o julgamento justo ocorre também segundo o dom de discernir os espíritos dado às igrejas de Cristo (1 Co 12.10,11; At 13.6-11; 16.1-18). A falta desse dom em algumas igrejas locais tem levado alguns crentes a se conformarem com o erro. São esses que se apegam ao falacioso bordão: “Quem sou eu para julgar?”, confundindo o discernir (1 Co 2.15) com o caluniar (Mt 7.1). Na Bíblia, um mesmo termo pode, em português, assumir significações diferentes de acordo com a construção frasal, no texto original, e os seus contextos imediato e remoto. É o caso do verbo “julgar”.
Usemos, finalmente, de bom senso (1 Co 14.33; At 9.10,11), ao julgarmos heresias, modismos, desvios, incongruências, erros, verificados no meio do povo de Deus. Alguns irmãos apegam-se ao simplismo e asseveram que devemos julgar a profecia, e não o profeta. Nunca leram esses desavisados os livros de Deuteronômio e Jeremias?
A vida do profeta, do pregador, do cantor, etc., deve ser levada em consideração, sim. Ele(a) tem uma vida de oração e devoção a Deus? Honra a Cristo em tudo, não recebendo glória dos homens? Demonstra amar e seguir a Palavra do Senhor? Ama os pecadores e deseja vê-los salvos? Detesta o mal e ama a justiça? Prega contra o pecado, defende o Evangelho (cf. Fp 1.16), bem como estimula os cristãos seguirem a paz com todos e a santificação? Repudia ele(a) a avareza, ou ama sordidamente o dinheiro?
Portanto, julguemos tudo e retenhamos o que é bom.
Ciro Sanches Zibordi
Comentários
Até mais, Marcos.
Preciso de um aconselhamento verdadeiramente pastoral e com base bíblica. Obrigado e bom dia!
Em Cristo.
Flávio.
Pessoas tem aceitado fontes turvas de pseudo-historiadores como verdade, sem pesquisar, e de fato Julgar segundo as escrituras para ver se de fato são assim como os bereianos.
Um exemplo disso é que basta o pregador ser um coordenador regional, ou pastor presidente de algum departamento e pregar algo parecido com o caso acima, que é aceito automaticamente sem pestanejar. E os "Glória a Deus" e "Aleluia" fluem a partir até de um espirro por parte do expoente.
Continue esse ótimo trabalho pastor Ciro. Dos poucos referênciais cristãos que se preocupam com a pureza do evangelho que temos na grande rede, o blog do Ciro é um deles, um espaço virtual que de fato a edificação é garantida.
Em Cristo
Walter Filho
Ps:. Aprendi mais um verbete para o meu vocabulário: Precípua.
"examinar tudo e reter o bem" não é o que a Palavra diz? Não está escrito que só porque está na Igreja deve ser aprovado. Isso não é julgar, mas discernir - um verbo atualmente desconhecido no meio gospel.
Fique na Paz, Pastor, tenha certeza de que esses artigos estão abençoando a muitos!
Sempre nos propiciando um novo e edificante ensino, grato. É realmente uma tema delicado esse, pois os julgamentos confrontam o nosso ego e toda a complexidade de pensamentos e sentimentos que embasam nossas convicções, ainda que equivocadas.
A maioria absoluta de nós gostamos sim de julgar, mas detestamos ser julgados. Pois entendemos que os nosso critérios é que devem prevalecer. Estamos sempre certos aos nossos próprios olhos. Mas quais são esse critérios? Quaisquer que sejam, serão sempre humanos.
No entanto, a Palavra de Deus, nos ensina em 1Cor 11:31 que "se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seriamos julgados". Penso que começa por aí.
Mas como julgar a nos próprios? Certa vez um filósofo, em sua "sabedoria", disse: "Conhece-te a ti mesmo". Entretanto, isso é só uma "meia verdade", pois, o homem não tem luz em si mesmo, para se conhecer, faltam-lhe os parâmetros.
Mas o Evangelho de João nos ensina que "a luz que alumia todo o homem veio ao mundo". Então, é maravilhoso, poder concluir que o correto seria dizer "Conhece-te a ti mesmo na Luz de Deus", e que todo conhecimento real que o homem possa ter de si mesmo, toda revelação, discernimento e todo julgamento, só pode ser feito através da Luz da Sua Palavra. A começar em mim.
Que o Senhor Jesus continue abençoando seu Ministério.
Irmãos, não faleis mal uns dos outros.Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei,mas juiz.há só um legislador e um juiz que pode salvar e destruir.Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?
Como o pr. Ciro bem falou, complemento os versiculos acima, para que os irmãos entendam, mas julguem com a reta justiça João. 7.24
Salmo 133 hino 175.
DEUS abençoe o Pr. Ciro e todo aqule que ama a salvação de CRISTO JESUS.
RECIFE - PE
concordo plenamente.
fique na paz
helio costa
Gosto muito de cotejar o que nos ensinam hoje com o modo de vida de Cristo, deixado na Bíblia e quando eu olho pra Jesus, eu o vejo sendo tomado de zelo pela Casa de Deus, a ponto de lançar mão de uma azorrague de cordéis e colocar pra fora, áqueles que faziam, em nome de Deus, negócio com as coisas sagradas...
Eu entendo que sou seguidor de Cristo e como seguidor devo imitá-lo, que a minha azorrague de cordéis é a Bíblia e a todo tempo que puder lançar mão dela pra colocar os CAMBIADORES EVANGÉLICOS pra fora e derrubar as suas mesas de negócios, isto eu farei e sou imitador daqueles que creio serem imitadores de Cristo, como o sr pastor Ciro e outros que conheço, portanto, não me dobro a clichês ou a interpretações manipuladoras daqueles que querem persuadir e calar aos que à eles se opõem, mas me fulcro na palavra de Deus e nos exemplos que Cristo nos deixou, zelando pela sua Casa e pela doutrina bíblica... Amplexos...
"o que foi escrito, para nosso ensino foi escrito" - Rm 15.4a.
Portanto, se a Palavra de Deus me ensina, exorta, me aconselha e me estimula a, vou seguí-la, independentemente do que os outros vão dizer.
É claro que aqui, entra a sabedoria, o conhecimento, para que não se tome um texto e isoladamente se tente criar através dele aberrações, como alguns fazem com o texto em questão no post.
Se a BÍBLIA me dá respaldo para julgar (como bem citaste os trechos bíblicos), eu como estudante bíblico devo procurar saber a que tipo de julgamento Ela está se referindo e ajudar a peneirar o que prucura entrar no redil do Mestre.
Aliás, o dom de discernimento de espíritos não seria um tipo de julgamento?
Entretanto, nos vemos em um ambiente de pura preguiça e medo.
- Preguiça, porque muitos não estudam;
- Medo, porque "animadores de auditório" impõe um julgo, fazem terrorismo sobre os outros.
Se temos que seguir conselhos de alguém para nosso crescimento espiritual, e este sadio, sigamos os passos de Paulo (1Co 11.1).
Em Cristo,
Ir. Márcio Cruz.
*Ei varão! Estou esperando conhecê-lo pessoalmente, quando vieres aqui em Manaus em Abril. Agora, é uma pena que não poderás vir no AeroCiro (rsrsrsrs).
É com muito prazer que venho descrever a minha felicidade de conhece-lo pessoalmente.
Lembra das fotos que tiramos, que estava eu o Sá de Barros e você?. está bem destacado no meu Blog.
coloquei o seu livro em destaque também. há, e peguei algumas coisinhas da mensagem a oração eficaz e o modelo de oração para meu caderninho particular de pregações e mensagens.
Abraços e a Paz do Senhor.
Hubner Braz
http://hubnerbraz.blogspot.com/
Muito importante esta postagem.
Que o Senhor Jesus continue nos abençoando e edificando.
Um abraço
PAULO MORORÓ
Excelente explicação sobre o assunto. Muitos, acreditam que não podem avaliar e examinar nada. Às vezes, até se valendo do conselho de Gamaliel (At.5:39, permitem que vários obreiros fraudulentos e mercenários tirem proveito da Igreja e semeiem heresias...
Que Deus continue lhe abençoando.
Infelizmente a maioria dos cristãos não exerce discernimento bíblico e espiritual para identificarem o verdadeiro e o falso, uns por medo de suas lideranças, outros por interesse ganancioso.
Esta é uma palavra fiel.
Ah, já recebi a Teologia Sistemática Pentecostal, que Deus abençoe o irmão por isto, estou muito feliz e espero aprender ainda mais com esta excelente obra.
Em Cristo,
Júnior Rubira.
Muito boa a postagem, e também esclarecedora.
Hoje em dia muitas pessoas usam este texto até para acobertar erros de filhos.
Isso aconteceu aqui; em uma visita que fizemos a uma irmã ela usou este versiculo dizendo que ninguém podia falar nada sobre seu filho, só porque ele estava errado.
Na hora, eu fiqueu até confuso, mas o tempo passou, e por ela não ter disciplinado seu filho, ele se tornou um marginal.
Isso é lamentável, mas acontece.
Quando usamos a Palavra de Deus sem respeitar seu contexto, erramos feio.
Que isso sirva de exemplo para todos, que quando um Pastor falar que algo está errado, não entendam que ele está julgando no sentido de caluniar, e sim no sentido de ajudar, corrigir, e até mesmo de disciplinar se for o caso.
Se não for dessa maneira, o pecado vai reinar dentro da Igreja.
Que a Paz do Senhor Jesus seja com todos.