Oito pecados capitais


O catolicismo romano assevera que os pecados capitais — merecedores de condenação — são apenas sete: arrogância (ou orgulho), inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxúria. Esta lista, que já foi modificada algumas vezes, tem inspirado autores em todo o mundo a escrever livros. E não são poucas as editoras que, atualmente, publicam obras sobre o assunto.

No século IV, os pecados capitais eram: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, vaidade e orgulho (nos lugares de preguiça e inveja constavam então vaidade e orgulho). Mas o romanismo do fim do século VI apresentou uma nova lista, nesta ordem: orgulho, inveja, ira, melancolia, avareza, gula e luxúria — desapareceram a soberba e a vaidade; a melancolia entrou no lugar da preguiça; e a inveja foi acrescentada. Desde o século XVII, aceita-se a relação citada no primeiro parágrafo.

Embora os sete pecados tidos como capitais sejam de fato nocivos à alma, o romanismo ignora outras listas mais completas das Escrituras e omite pecados igualmente graves, dignos de condenação, como a heresia, a idolatria e a feitiçaria (Gl 5.19-21; Rm 1.18-32; 1 Co 6.10).

Neste artigo, discorrerei sobre a lista de oito pecados capitais contidos em Apocalipse 21.8:

Oitavo: MENTIRA. A palavra pseudes (gr.) significa “mentiroso, falso”, ou, em português, “pseudo”, prefixo que denota falsidade. Por exemplo: pseudoverdadeiro, pseudoinspirado, pseudocristão, etc. Mas o crente renascido deve deixar a mentira (Cl 3.9). Paulo, quando escreveu à igreja de Éfeso, admoestou os cristãos a buscarem a verdade: “Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo... deixai a mentira, e falai a verdade...” (Ef 4.15,25).

Sétimo: IDOLATRIA. O vocábulo “idólatra” (gr. eidõlolatres) traduz um amor excessivo, uma paixão exagerada, a um ídolo (gr. eidõlon, “aquilo que é visto”). Pode um crente tornar-se idólatra? Ora, para quem Paulo escreveu: “Não vos façais, pois, idólatras”? Aos crentes de Corinto (1 Co 10.7). Da mesma forma, João disse: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5.21).

Como se vê, o cristão pode vir a praticar os atos que ele mais condena. Mas, como um cristão pode se tornar idólatra? Quando se põe a amar uma pessoa ou coisa mais do que ao Senhor (Mt 10.37; 1 Jo 2.15-17). O amor ao dinheiro ou a avareza é, à luz da Palavra de Deus, uma forma de idolatria (1 Tm 6.10; Ef 5.5).

Sexto: FEITIÇARIA. O termo “feiticeiro” (gr. pharmakos) também é vasto em sua aplicação. Pode envolver o manuseio de drogas e poções, embora o seu sentido usual e comum esteja associado a práticas como feitiços, encantos, necromancia, espiritismo, uso de rituais mágicos, bruxaria, evocação de espíritos, emprego de diversas formas de adivinhação, uso de amuletos e talismãs, etc.

Existe feitiçaria no meio evangélico? Ou será que levar uma rosa para casa, a fim de absorver os maus fluidos, e depois depositá-la no altar da igreja para ser queimada, com o intuito de supostamente destruir as obras satânicas, não é uma forma de feitiçaria? E o que dizer do uso de arruda, sal e copos com água como meios de alcançar uma bênção?! Essas práticas são comuns em algumas igrejas consideradas evangélicas.

O evangelho de Cristo é simples (2 Co 11.3). A pregação das boas novas é poder de Deus para a salvação do pecador (Rm 1.16); e a oração da fé, feita por um justo, é o suficiente para que o Senhor aja (Tg 5.15,16). Não há necessidade de se recorrer a práticas estranhas para o recebimento das bênçãos do alto (Tg 1.15-17).

Quinto: FORNICAÇÃO. Fornicário (gr. pornos), no texto em apreço (lit. “homem que se vicia em fornicação ou prostituição”), é um termo que possui significação vasta e aplicação abrangente; implica permanência numa vida de imoralidade e maus pensamentos, além de prática continuada e sem arrependimento do sexo ilícito e de outros pecados contra o corpo.

A relação sexual, dentro do casamento, é algo puro diante de Deus (Hb 13.4). Fora dele, constitui-se pecado contra o corpo (1Co 6.19,20; 7.9). Há também pecados praticados dentro do matrimônio. Embora Deus tenha estabelecido a maneira lícita para um casal ter prazer, muitos têm abandonado o que a Bíblia chama de “uso natural” (Rm 1.26,27).

É importante ressaltar, ainda, que o ato de cobiçar e desejar possuir alguém proibido já se constitui um tipo de fornicação, a psicológica (Mt 5.28; 15.19). O crente deve desviar os seus olhos do mal (Jó 1.1; Mt 6.22,23), haja vista ser através do olhar persistente que nasce a cobiça (Gn 3.6; Js 7.21).

Quarto: HOMICÍDIO. Na passagem em apreço (Ap 21.8), o termo phoneus (gr.) significa “homicida, assassino”. Quem comete um homicídio doloso e qualificado, com a intenção de matar, se julgado e condenado, pode ser submetido à prisão perpétua ou até à pena de morte, de acordo com o código penal vigente em seu país. Mas, qual é a pena para quem mata espiritualmente alguém e não se arrepende?

João, o apóstolo do amor — e também da certeza —, declarou: “Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanecente nele a vida eterna” (1 Jo 3.15).

Por conseguinte, o cristão que pratica o homicídio espiritual está sujeito à pena capital do sofrimento eterno constante do Código Divino (Mt 5.22), a não ser que recorra, a tempo, ao supremo Advogado (1 Jo 2.1; Pv 28.13).

Terceiro: ABOMINAÇÃO. O termo “abominável” (gr. bdeluktos e bdelugma) é sinônimo de repugnante, detestável, odioso (lit. “que faz alguém se afastar como que de um mau cheiro”); está associado a idolatria, impureza e mentira (Ap 21.27). Paulo descreveu assim os abomináveis: “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis [gr. bdeluktos], e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra” (Tt 1.16).

Abominável é aquela pessoa que não vive o que prega, haja vista possuir um coração dividido e desobedecer aos mandamentos de Cristo. O que torna um crente praticante desse pecado capital? A mornidão espiritual: “... porque és morno... vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3.14-16). Por isso, o servo fiel deve vencer a indiferença, a inconstância e a desobediência, e entregar-se integralmente ao Senhor (1 Rs 18.21; Mt 6.24).

Segundo: INCREDULIDADE. O adjetivo apistos (gr.), no texto em análise, significa “incrédulo, infiel, descrente, cético” (1 Co 6.6; 7.12-15; 2 Co 4.4; 6.15; 1 Tm 5.8). A incredulidade se torna um pecado capital quando não reconhecida nem combatida por seu portador (Mt 17.17; Mc 9.24; Lc 17.5). Orações como “Acrescenta-nos a fé” e “Ajuda a minha incredulidade”, se feitas com sinceridade, agradam a Deus.

Entretanto, a permanência na incredulidade foi a causa de a maioria do povo israelita, oriundo do Egito, não ter entrado em Canaã (Hb 3.15-19), bem como a razão de Jesus não ter operado muitos prodígios em certos lugares (Mt 13.54-58). Não crer em Deus ou duvidar das suas obras — como um estado contínuo, e não como um ato isolado — significa fazê-lo mentiroso (1 Jo 5.10) e afastar-se definitivamente dEle (Hb 11.6). Não é de se admirar que a parte dos incrédulos contumazes seja no lago de fogo (Mc 16.16b; Jo 3.36).

Primeiro: TIMIDEZ. Não se assuste. A timidez digna de condenação, segundo a Escritura, não é aquele acanhamento natural, verificável em pessoas introvertidas. A palavra “tímido” (gr. deilos), empregada na passagem acima, implica, pelo menos, duas atitudes negativas: vergonha de ser reconhecido como cristão e medo de testemunhar.

Quem tem vergonha de ser cristão, a ponto de esconder a sua Bíblia, jamais terá ousadia para pregar a Palavra de Deus (At 4.31). Pedro, depois de se converter, nunca mais se mostrou covarde (Lc 22.32; At 2.14; 4.8-20). A timidez capital é aquela que impede o crente de anunciar o evangelho (1 Co 9.16), bem como de “brilhar” diante dos homens (Mt 5.14-16). Acerca disso, Jesus nos adverte: “... qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.33).

Amém?

Ciro Sanches Zibordi

Comentários

Amém!
Glórias a Deus! A Luz veio ao mundo!
Nosso pr. Ciro,

A paz do Senhor!

Bom lê-lo de novo. Faz bem ao meu espírito. Me alegra, saber que o Espírito Santo, está alimentando corações de uma maneira toda especial.

Creio, que não são oito pecados capitais(rsrsrs), e sim, apenas um: A mentira.

Os outros são apenas, sete estados de pecado. A capital é a mentira, que envolve com o seu governo os estados sobre a sua jurisdição.

Sinto tristeza do crente que mente. A mentira, produz uma viagem desastrosa, por estes sete estados de terrível poder espiritual, para que se acidente em suas estradas esburacadas e pavimentadas com mentirinhas pequenas e braquinhas, ou seja,
mentira branca, boba e que não faz a ninguém, somente ajuda a resolver alguns problemas, e...esqueçem assim, do que está escrito no Livro de Apocalipse 22:15:

"Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira."

O Senhor seja contigo!

pr. Newton Carpintero
www.pastornewton.com
Elaine disse…
Amém, amém, amém.

É sempre muito edificante passar por aqui e ver que Deus está falando de novo na terra...

Texto pedagógico, edificante e necessário.

Deus continue tendo liberdade através de ti.

Paz do Senhor Jesus Cristo.

ELAINE CÂNDIDA
Anônimo disse…
A paz do Senhor, ,eu nome e Ivanildo sou da Assembléia de Deus a azulzinha, a vovozinha de 98 anos daqui de Teotônio vilela-AL; pastor o que o senhor tem a dizer sobre uym homem que se diz o salvador da humanidade, seu nome é
Maitreya. Isso anda intrigando muitos cristãos será o anticristo pretes a se levantar???
Boa noite!!

Só para sua informação,quem não obedece a DEUS verdadeiramente, também é mentiroso.Veja estes textos:
I JOÃO 2:4>Pegue a sua Bíblia e leia.
Se conhecesses o livro de APOCALIPSE,saberia identificar quem são as meretrizes citadas neste livro. Ficou curioso? Se não sabes sobre este assunto, estarei pronto a lhe atender.
Passe bem;

"E CONHECEREIS A VERDADE, E VERDADE VOS LIBERTARÁ".
Bom dia a todos!!

Ao Pr. Newton Carpintero!

Bela citação de texto, Pr. Porque será que não citou os que estão logo abaixo?
Vejam estes: APOC.22:18>>"Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro(BÍBLIA) que se alguém lhes acrescentar alguma coisa, DEUS fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;
Verso 19>>E se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, DEUS tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro".
Textos fortes e diretos, ou o senhor contesta estes também.
Minha gente, a Bíblia responde a si mesma a qualquer argumento, o problema está nas interpretações, só isso.
Vejam como se entende conforme a Bíblia, os textos citados incluindo o verso 15.

Em profecia, "cães" significa falsos profetas, falsos mestres.
"Prostituição" é todo aquele que segue uma falsa doutrina,adultera alguma coisa como citado no verso 18.
Feiticeiros e homicidas já são conhecidos de todos os seus atos.
Já quem comete "mentira", também em profecia, é forte as declarações das Escrituras. Compare com I JOÃO 2:4>>"Aquele que diz: Eu conheço-O,
e não guarda os seu mandamentos,é MENTIROSO, e nele não está a verdade". Compare com JOÃO 14:15.

Meus amados, com todo carinho e amor, JESUS repreendeu a todos que tentaram mudar o que estava escrito, e continua até hoje, basta atentar aos textos por Ele citados, mas tb não desabona aos dos outros profetas. Ele disse em MAT.5:17>>
Não penseis que vim mudar a Lei ou os profetas....ora, nem seria preciso citar este texto, vcs o conhece bem, só que dá maneira adulterada, lembrem-se dos textos de APOC.22:18,19, o que irá acontecer quem alterar os escritos da Bíblia!!
O profeta DANIEL já havia advertido em DAN.7:25, o que aconteceria, pois as profecias se cumprem.

PARA REFLEXÃO:

"Se DEUS quisesse alterar alguma profecia ou palavras de Seu Santo Livro, pós-morte de CRISTO,teria relatado aos profetas. O próprio
CRISTO teria dito antes ou depois de sua morte alguma mudança, é óbvio isto. Comparem com os textos:
DEUT. 4:2; DEUT.28:15,16; PROV.28:9; MAL.3:6 é contexto de APOC.22:18,19.

Saudações em CRISTO;

ORLANDO R. NETTO