A Bíblia tem sido muito mal utilizada em nossos dias...
Basta surgir uma manifestação ou inovações, que logo aparecem “teólogos” e “hermeneutas” apresentando textos supostamente comprobatórios de tais modismos. Há pregadores usando Gênesis 18.12 para defender a chamada “unção do riso”; Isaías 5.29 para afirmar que o crente pode “rugir como leão”; Amós 4.6 para tornar bíblico o fenômeno dos “dentes de ouro”, etc.
Para compreender e interpretar corretamente a Palavra de Deus é necessário, antes de tudo, ser um verdadeiro servo de Jesus, espiritual (1 Co 2.14-16). Entretanto, a despeito de este fator ser primordial para o entendimento das revelações do Senhor (Mt 13.11), a falta de conhecimento das regras básicas da exegese bíblica tem levado muitos ensinadores da atualidade a interpretações equivocadas, desprovidas de bases contextual, teológica e histórica. Evidencia-se, a cada dia, que obreiros sinceros, mas despreparados ou mal-informados, usam a Escritura como uma mera comprovadora de ensinamentos.
A Palavra de Deus alerta: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação” (2 Pe 1.20). Nesta passagem, o apóstolo Pedro deixa claro que cada texto sagrado possui um único significado dentro do contexto.
Interpretação e aplicação
Antes de prosseguir, é importante diferençar interpretação de aplicação. A primeira visa a descobrir o único e verdadeiro significado de uma passagem bíblica, revelando o que o autor desejou transmitir. Já a aplicação é uma ênfase dada pelo pregador ou ensinador no momento da exposição bíblica. Segue-se que a aplicação não deve ser utilizada para a criação de doutrinas, pois não incorpora o verdadeiro significado de uma passagem.
O trecho de Lucas 10.25-37 nos oferece um bom exemplo. Na parábola em questão, Jesus enfatiza o amor para com o próximo, deixando claro o significado do texto: assim como o samaritano ajudou o homem atacado por salteadores, o cristão deve ter compaixão do próximo. Alguns pregadores, porém, dão a essa passagem outra denotação. Apresentam a parábola como uma representação da obra redentora de Jesus (o “Bom Samaritano”), fazendo, assim, uma aplicação diferente.
Ninguém está proibido de fazer aplicações bíblicas. Todavia, ao se valer dessa prática, o pregador precisa ter alguns cuidados. Em primeiro lugar, deve estar ciente de que está aplicando e não interpretando, pois muitos não sabem diferençar uma coisa da outra. Além disso, a aplicação deve ser feita de um modo que o público não a assimile como sendo a interpretação real da passagem.
Expoentes renomados costumam confundir aplicação com interpretação. Uma prática comum é a “espiritualização” de parábolas e de promessas ou mandamentos de ordem física dados exclusivamente ao povo de Israel, aplicando-os às situações de nossos dias. Tal recurso, conquanto seja válido na pregação, se torna perigoso por violar a intenção do autor, abrindo precedentes negativos no âmbito exegético.
Certo pregador, ao discorrer sobre o texto de João 15.1, usou uma aplicação no mínimo desastrosa. Segundo ele, uma vez que Cristo é a videira, e as videiras são parte da criação de Deus, segue-se que Cristo foi criado! Outro expositor, ao relatar a parábola dos dois filhos (Lc 15.11-32), concluiu que, como o filho mais novo se arrependeu e retornou à casa do pai sem o auxílio de um mediador, o homem não precisa de Jesus para se chegar a Deus!
Esses exemplos de aplicações infelizes nos levam a entender o quanto é importante saber que qualquer texto bíblico possui apenas uma significação. Se admitirmos que um trecho da Escritura Sagrada pode ter mais de um significado, franquearemos o caminho para todo o tipo de interpretação errônea. O objetivo do estudioso da Bíblia é entender a mensagem que o autor do livro, na época, quis transmitir àqueles a quem escreveu.
Ciro Sanches Zibordi
Basta surgir uma manifestação ou inovações, que logo aparecem “teólogos” e “hermeneutas” apresentando textos supostamente comprobatórios de tais modismos. Há pregadores usando Gênesis 18.12 para defender a chamada “unção do riso”; Isaías 5.29 para afirmar que o crente pode “rugir como leão”; Amós 4.6 para tornar bíblico o fenômeno dos “dentes de ouro”, etc.
Para compreender e interpretar corretamente a Palavra de Deus é necessário, antes de tudo, ser um verdadeiro servo de Jesus, espiritual (1 Co 2.14-16). Entretanto, a despeito de este fator ser primordial para o entendimento das revelações do Senhor (Mt 13.11), a falta de conhecimento das regras básicas da exegese bíblica tem levado muitos ensinadores da atualidade a interpretações equivocadas, desprovidas de bases contextual, teológica e histórica. Evidencia-se, a cada dia, que obreiros sinceros, mas despreparados ou mal-informados, usam a Escritura como uma mera comprovadora de ensinamentos.
A Palavra de Deus alerta: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação” (2 Pe 1.20). Nesta passagem, o apóstolo Pedro deixa claro que cada texto sagrado possui um único significado dentro do contexto.
Interpretação e aplicação
Antes de prosseguir, é importante diferençar interpretação de aplicação. A primeira visa a descobrir o único e verdadeiro significado de uma passagem bíblica, revelando o que o autor desejou transmitir. Já a aplicação é uma ênfase dada pelo pregador ou ensinador no momento da exposição bíblica. Segue-se que a aplicação não deve ser utilizada para a criação de doutrinas, pois não incorpora o verdadeiro significado de uma passagem.
O trecho de Lucas 10.25-37 nos oferece um bom exemplo. Na parábola em questão, Jesus enfatiza o amor para com o próximo, deixando claro o significado do texto: assim como o samaritano ajudou o homem atacado por salteadores, o cristão deve ter compaixão do próximo. Alguns pregadores, porém, dão a essa passagem outra denotação. Apresentam a parábola como uma representação da obra redentora de Jesus (o “Bom Samaritano”), fazendo, assim, uma aplicação diferente.
Ninguém está proibido de fazer aplicações bíblicas. Todavia, ao se valer dessa prática, o pregador precisa ter alguns cuidados. Em primeiro lugar, deve estar ciente de que está aplicando e não interpretando, pois muitos não sabem diferençar uma coisa da outra. Além disso, a aplicação deve ser feita de um modo que o público não a assimile como sendo a interpretação real da passagem.
Expoentes renomados costumam confundir aplicação com interpretação. Uma prática comum é a “espiritualização” de parábolas e de promessas ou mandamentos de ordem física dados exclusivamente ao povo de Israel, aplicando-os às situações de nossos dias. Tal recurso, conquanto seja válido na pregação, se torna perigoso por violar a intenção do autor, abrindo precedentes negativos no âmbito exegético.
Certo pregador, ao discorrer sobre o texto de João 15.1, usou uma aplicação no mínimo desastrosa. Segundo ele, uma vez que Cristo é a videira, e as videiras são parte da criação de Deus, segue-se que Cristo foi criado! Outro expositor, ao relatar a parábola dos dois filhos (Lc 15.11-32), concluiu que, como o filho mais novo se arrependeu e retornou à casa do pai sem o auxílio de um mediador, o homem não precisa de Jesus para se chegar a Deus!
Esses exemplos de aplicações infelizes nos levam a entender o quanto é importante saber que qualquer texto bíblico possui apenas uma significação. Se admitirmos que um trecho da Escritura Sagrada pode ter mais de um significado, franquearemos o caminho para todo o tipo de interpretação errônea. O objetivo do estudioso da Bíblia é entender a mensagem que o autor do livro, na época, quis transmitir àqueles a quem escreveu.
Ciro Sanches Zibordi
Comentários
Eu gostaria de fazer-lhe uma pergunta se quiser me responder por e-mail, apologistandre@hotmail.com, eu agradeço.
Pastor, o grupo "Voz da Verdade", tem músicas muito bonitas mas eles são unicistas. Podemos cantar suas músicas na igreja? Quem não crê na doutrina bíblica da Trindade, mas crê em Jesus como os unicistas, pode ser salvo?
Eu ficaria muito grato se o amado pastor me respondece, pois é muito difícil encontrar algum pastor que podemos fazer-lhes perguntas desse tipo, e obtermos resposta.
Desde já agradeço
Que o SENHOR continue lhe abençoando ricamente, abraço.
(Números 23:19) - Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?
DEUS não mente, porque não é homem e DEUS também não se arrepende, porque não é filho do homem.
(Gênesis 6:6) - Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.
(Êxodo 32:14) - Então o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo.
(I Samuel 15:35) - E nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porque Samuel teve dó de Saul. E o SENHOR se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel.
(II Samuel 24:16) - Estendendo, pois, o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, o SENHOR se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.
(I Crônicas 21:15) - E Deus mandou um anjo a Jerusalém para a destruir; e, destruindo-a ele, o SENHOR olhou, e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo destruidor: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de Ornã, o jebuseu.
(Jonas 3:10) - E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez.
Responda-me e-mail: marcelo-sor@hotmail.com
GRAÇA E PAZ !!!
Irmão Ciro,
A Paz do Senhor.
Aproveito a oportunidade para desejar um bom final de 2007 para si e sua família, bem como rogar ao Senhor que continue abençoando-lhe ainda mais em 2008.
Agora gostaria de questionar uma coisa, e sua resposta - caso eu a mereça - vai ser postado no sítio
Blogueiros Cristãos.
Por que a Igreja Assembléia de Deus neste início de IIIº milênio possiu tantos recursos, tanto humanos como tecnológicos, e está crescendo pouco, se analisarmos o potencial dos recuros que tem?
A tecnologia e a fartura de rercursos humanos estão substituindo o Espírito?
cruzue@gmail.com
Conheci esta série de artigos, somente hoje... Sei que é sempre importante verificarmos o sentido do texto, o que ele está dizendo, as verdades nele contidas.
Pois bem, tenho uma dúvida até hoje não esclarecida. Na entrada de uma certa igreja da AD, há um desenho e a escrita do versículo de Apocalipse 3:20. Ouvi de um pastor batista, que esse versículo foi, segundo a opinião dele, usado de maneira errada, visto que o referido texto foi escrito para a igreja e não pode ser usado como meio para evangelizar, é errôneo interpretar a "porta" como sendo o coração. Questionei se por um acaso não poderia ser usado esse exemplo como aplicação, mas não obtive resposta. E então? Será que o senhor pode me ajudar, respondendo-me? Ficarei imensamente agradecida. Na paz de Cristo, Quédia.
De fato, o que motivou o Senhor Jesus a dizer o que está escrito em Apocalipse 3.20 foi a deplorável situação da igreja de Laodicéia. E Ele estava realmente do lado de fora daquela igreja.
Contudo, é preciso observar que, apesar de o Senhor ter dirigido palavras diretamente ao pastor daquela igreja, as mencionadas em Apocalipse 3.20 assumem também um caráter de princípio geral, isto é, se aplicam a todas as pessoas.
Observe que o Senhor Jesus disse: "Se alguém ouvir a minha voz..." Note: "ALGUÉM", isto é, "alguma pessoa".
Por conseguinte, conquanto as palavras mencionadas tenham sido dirigidas ao pastor da igreja de Laodicéia, elas podem sim ser aplicadas a todos hoje, indistintamente, pois se "alguém" ouvir a voz de Jesus e abrir a porta do seu coração para Ele, Ele entra e faz morada (Jo 14.23; Cl 1.27).
Em Cristo,
CSZ
Afinal DEUS se arrepende ou não?
(Números 23:19) - Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?
DEUS não mente, porque não é homem e DEUS também não se arrepende, porque não é filho do homem.
(Gênesis 6:6) - Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.
(Êxodo 32:14) - Então o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo.
(I Samuel 15:35) - E nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porque Samuel teve dó de Saul. E o SENHOR se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel.
(II Samuel 24:16) - Estendendo, pois, o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, o SENHOR se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.
(I Crônicas 21:15) - E Deus mandou um anjo a Jerusalém para a destruir; e, destruindo-a ele, o SENHOR olhou, e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo destruidor: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de Ornã, o jebuseu.
(Jonas 3:10) - E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez.
poderia responder a mim ? fiquei muiito curioso e gostaria de entender mais ref. a essa passagem
ronneywiller@hotmail.com
obs: seria ideal se fosse postado aki mesmo a resposta alem do email para que todos possam aprender..
apenas opnião ....
pois quem se arrependeu e doeu em seu coração por Deus ter criado o homen foi noé , pois não teve sucesso na sua pregação
devido a cegueira e incredulidade do povo .....A mesma palavra “arrependimento” (derivada do latim repoenitere) é usada nas traduções da
Bíblia para designar tanto comportamentos humanos como atitudes divinas que são distintos em
natureza, e que foram expressos por palavras diferentes nas línguas originais das Escrituras. O
genuíno arrependimento humano para a salvação é descrito pelos termos hebraico shubh e gregos
metanoeo (verbo) e metanoia (substantivo), que denotam uma mudança de mente, envolvendo
tristeza, completo abandono do pecado e um sincero retorno a Deus.
Já o arrependimento divino é expresso através das palavras hebraica naham e grega metamelomai,
que não sugerem qualquer mudança intrínseca na mente de Deus, “em quem não pode existir
variação ou sombra de mudança” (Tg 1:17), mas apenas uma alteração em Sua atitude para as
criaturas. Essa alteração é decorrente de uma mudança radical no comportamento humano, que
acaba impedindo o recebimento por parte dos seres humanos de uma bênção divina que lhes fora
prometida ou de um castigo divino que lhes deveria sobrevir.
O próprio Deus advertiu o Seu povo da condicionalidade de Suas bênçãos e de Seus castigos em
Jeremias 18:7-10: “No momento em que Eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o
arrancar, derribar e destruir, se tal nação se converter da maldade contra a qual Eu falei, também
"Eu me arrependerei" do mal que pensava em fazer-lhe. E, no momento em que um falar acerca de
uma nação ou de um reino para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante Mim e não der
ouvidos à Minha voz, então, "Me arrependerei" do bem que houvera dito lhe faria.”
Esse princípio é claramente ilustrado na experiência dos antediluvianos e dos ninivitas. Em
Gênesis 6:6 e 7 é dito que Deus “Se arrependeu” de ter criado a raça humana, não porque Ele
houvesse mudado, mas porque os antediluvianos se haviam degenerado a tal ponto que a única
solução para eles seria a sua destruição (ver Gn 6:5). Por semelhante modo, Jonas 3:10 diz que
“Deus Se arrependeu do mal que tinha dito” trazer aos ninivitas, não porque Ele houvesse mudado,
mas porque estes se converteram completamente de seus maus caminhos (ver Jn 3:5-9).
Por outro lado, quando a Bíblia diz que Deus não é homem para que Se arrependa (ver Nm 23:19;
I Sm 15:29; Sl 110:4; Hb 6:17), ela está descartando a possibilidade de haver qualquer mudança
intrínseca na pessoa de Deus, que O levasse a ser injusto e desleal em Seu relacionamento com
os seres humanos (ver Dt 7:9 e 10). Em outras palavras, Deus é fiel e justo, e jamais deixará de
recompensar as boas ações e de punir os maus atos, bem como de reconhecer todas as possíveis
mudanças no comportamento humano.