MDA: qualquer semelhança com o G12 é mera coincidência?


Há pessoas bravas comigo porque afirmei que o MDA (Modelo de Discipulado Apostólico) é muito parecido com o G12 e o M12. Ora, que exagero há nessa afirmação? Se eu disser, por exemplo, que pit bull, doberman e pastor alemão são de raças caninas diferentes, mas todos são cães, estarei mentindo? E, se eu afirmar que Ford, Fiat e VolksWagen são marcas de carros que possuem motor, quatro rodas, bancos, etc., estarei faltando com a verdade? O mesmo se aplica a G12, M12 e MDA. São modelos de crescimento prioritariamente numérico que possuem a mesma essência.

Aliás, o próprio líder do MDA declarou: “Estudando os diferentes modelos de igreja em células, observando-os de perto e gastando tempo com os líderes envolvidos em sua prática, encontramos vários bons modelos, como o [...] ‘Modelo do Governo dos 12’, do pastor Cesar Castellanos, da Colômbia. Todos eles são bons e funcionáveis nos contextos em que são aplicados, para aqueles que seguem seus princípios. Contudo, acreditávamos que Deus tinha algo específico para nós, com as nossas cores e nossa cara, capaz de florescer nos mais diferentes ambientes em que houvesse receptividade para o seu desabrochar. Queríamos algo adaptável, prático, descomplicado” (HUBER, Abe. A importância da igreja local na visão do MDA, publicado por Josué Vasconcelos no site Scribd [este artigo também está disponível em vários outros sites]).

Observe que, a despeito de o G12 não ter a “cara do Brasil”, ele foi elogiado, chamado de bom modelo pelo líder do MDA. Nenhuma referência crítica foi feita ao “pacote herético” do gedozismo. Isso porque no MDA também existem os famosos “encontros” e a “escada do sucesso”, formada pelos degraus ganhar, consolidar, edificar, treinar e enviar.

Nos três modelos, ainda, são empregados “decretos” para obtenção de salvação, prosperidade, etc. Exemplos: “Eu decreto que o Paraná é do Senhor Jesus”, “Eu decreto a sua prosperidade”, “Vai decretando a salvação da sua família”. Portanto, qualquer semelhança não é mera coincidência...

Ciro Sanches Zibordi

Comentários

Gilmar Valverde disse…
Vale ressaltar que ter um planejamento, um modelo de trabalho que visa ganhar vidas para Cristo e edificá-las na Palavra de Deus não são erros que devamos combater.

A igreja que faz isso só mostra que se o homem é importante para Deus e também para ela. Que ela o ama em Cristo e que demonstra esse amor mediante muito empenho, esforço e dedicação.

O discipulado um a um pode ter extremismos? Sim. É evidente. Mas pode ajudar também muitas pessoas se for feito com equilíbrio, como, por exemplo, ligando, visitando, construindo "pontes" com o novo convertido, indo com ele aos cultos, etc. Um trabalho assim, juntamente com reuniões de estudo bíblico para novos convertidos pode, sim, crescer a igreja numérica e espiritualmente também.

Vejo que as igrejas hoje podem perfeitamente usar muitos dos métodos de trabalho combatidos nas suas últimas postagens sem abrir mão do primado das Escrituras. Conheço uma igreja que é um bom exemplo disso.

Ela realiza um encontro voltado principalmente para os que estão fracos na fé e lá não há nada de regressão psicológica, decretos e mais decretos, triunfalismo, confissão positiva, teologia da prosperidade e coisas afins. É um retiro espiritual onde se prega unicamente a Palavra de Deus por cerca de sete vezes num período de aproximadamente 24 horas.

O exemplo que o senhor nos trouxe de Paulo numa de suas postagens anteriores a esta, é maravilhoso. Mas é bom frisar que trata-se de uma conversão bem diferente das que acontecem na maioria dos casos. Hoje as igrejas têm que lidar com pessoas com cada vez mais dificuldades em tomar decisões, inclusive decisões por Cristo.

Acho que a grande questão é o equilíbrio. Se tal trabalho depõe contra a Bíblia Sagrada, e as suas verdades são inegociáveis, é simples: retira-se o trabalho. Senão, use-o no que for útil.

Vale ressaltar também o tamanho da porta de entrada das Assembleias de Deus e de sua porta de saída igualmente grande. Por que isso tem acontecido? Uma explicação para essa triste realidade pode ser a falta de um trabalho efetivo de integração e consolidação de novos convertidos.

Esse é o meu pensamento (risos).

Que Deus continue abençoando você e sua família, Pr. Ciro.

Atenciosamente,

Gilmar
Caro Gilmar,

Não tenho nada contra o discipulado. A Assembleia de Deus, inclusive, tem discipulado. O que falta é engajamento. A minha crítica não é ao discipulado, em si, e sim a modelos que são apresentados apenas como métodos, mas que, na verdade, se constituem em outros evangelhos.

CSZ
Matheus disse…
graças a Deus eu participo do MDA e tem me ajudado muito, pois a Bíblia diz em Eclesiástes que é melhor serem dois, pois se um cair o outro levanta o seu companheiro. É muito bom estar debaixo da proteção espiritual de uma outra pessoa através de orações e intercessões, conselhos, desafabos.
Reflita nisso bem...
Matheus,

Desculpe-me... Mas eu pensei que o irmão diria: Graças a Deus, sou salvo pela graça de Jesus Cristo, graças a Deus, conheço o Senhor Jesus e tenho comunhão com ele, graças a Deus pela minha tão grande salvação, graças a Deus pelo Espírito Santo que habita em mim... Acho estranho alguém agradecer a Deus, em primeiro lugar, por ter um "discipulador" ao seu lado...

CSZ
Prestem atenção nisto: "Graças a Deus, eu participo do MDA [...], pois a Bíblia diz em Eclesiastes que é melhor serem dois, pois, se um cair, o outro levanta o seu companheiro. É muito bom estar debaixo da proteção espiritual de uma outra pessoa através de orações e intercessões".

É isso mesmo que vocês leram! O "discipulador", nesse modelo tido como "apostólico", é como se fosse um "anjo da guarda" ou alguém que, de certa forma, faz o papel do Espírito Santo, visto que, através da sua "cobertura", oferece até "proteção espiritual".

Meu Deus, são tantas e tantas invencionices! Eu prefiro ficar com a Bíblia, que assevera: "O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8.16). Esta é a melhor cobertura espiritual que existe.

CSZ
Anônimo disse…
Ciro Sanches.. eu disse que uma pessoa pode sim estar debaixo da proteção de uma outra pessoa no sentido de um orar pelo outro, de caminharem juntos, de terem comunhão juntos, de um aconselhar o outro...isso é MDA ...
Faço isso até com meus 2 filhos ajudando-os quando precisam de conselho e direção espiritual. Do jeito que o irmão fala, nem precisamos ir à igreja, pois já temos o Espirito santo não é mesmo ?
Matheus.
Anônimo disse…
Viu só Ciro Sanches Zibordi o comentário do irmão acima ? eu não te disse sobre isso ai da cobertura espiritual de uma pessoa para a outra e de um pastor com seus membros.Eles dizem também que não se pode nem mudar de Igreja senão a pessoa perde a cobertura espiritual do pastor onde ela está debaixo. E o MDA diz a mesma coisa de que eu estou debaixo da cobertura espiritual do meu discipulo e as orações dele me protegem.
Eu achei um texto criticando esse ensino, olhe aqui : http://www.genizahvirtual.com/2010/09/e-correto-dizer-que-estamos-debaixo-da.html

Obrigada
Maria Cláudia
Maria Cláudia,

Leia meu novo artigo.

CSZ
Matheus,

Leia meu novo artigo.

CSZ
Kathegetes disse…
Amém. Para mim o MDA, G12, Discipulado da ICC e outros grupos, ensinam uma falsa doutrina que tem levado muitas pessoas à insolência a Deus, a dominação e ao abuso e controle espiritual de membros.
Jesus já afirmou que é o único Mestre e Senhor absoluto. Precisamos sim do aprendizado mutuo, não da mentira do discipulado "um a um"
Sou um sobrevivente deste desvio doutrinário e desafio a qualquer um me provarem biblicamente a existência deste modelo na Igreja do Novo Testamento. O homem continua lutando pelo poder, esta é a triste verdade. Oro para que Deus esclareça a mente dos que depositam a sua esperança em homens e fórmulas mágicas de crescimento. A Jesus seja dada toda a honra e a glória para sempre. Amém.
Anônimo disse…
Eduardo, vamos orar para que as pessoas acordem e reflitam sobre essa idolatria G12, M12, MDA, ou sei lá o quê... Sinto muita tristeza em ver a igreja na qual congrego cheia de pessoas como se fossem zumbis, fazendo e causando uma triste divisão do Reino de Deus, pois fazem questão em deixar bem claro que só toma parte no trabalho da Igreja os que já participaram do "encontro com Deus"... quanta cegueira espiritual, modismos exagerados são aceitos... Deus tenha misericórdia!
Anônimo disse…
Eduardo, vamos orar para que as pessoas acordem e reflitam sobre essa idolatria G12, M12, MDA, ou sei lá o quê... Sinto muita tristeza em ver a igreja na qual congrego cheia de pessoas como se fossem zumbis, fazendo e causando uma triste divisão do Reino de Deus, pois fazem questão em deixar bem claro que só toma parte no trabalho da Igreja os que já participaram do "encontro com Deus"... quanta cegueira espiritual, modismos exagerados são aceitos... Deus tenha misericórdia!
Ruth araujo disse…
Prezado Ciro,eu coração se enche de paz ao ler seus textos sobre esses métodos estranhos, que tanto tem angustiado minha alma. Deis continue a usa-lo poderosamente como guardião da sã doutrina, e zeloso com a igreja do Senhor Deus. Parabéns, e que Deus o abençoe.
Ruth araujo disse…
A minha igreja também está em uma crise profunda e totalmente dividida.Tenho chorado e orado muito por ela.