Uma palavra sobre as eleições

Estão se aproximando as eleições municipais, e todos os cidadãos brasileiros devem votar, exercendo o seu direito de escolher os seus representantes. Precisamos de pessoas sérias, honestas, para nos representar como prefeitos e vereadores, conquanto saibamos que não é apenas isso que deterá a ação do Maligno.

A nossa luta não é contra carne e sangue, e sim contra principados, potestades, hostes espirituais da maldade e príncipes das trevas deste século, nos lugares celestiais (Ef 6.11,12). E, para esse combate, temos armas adequadas (vv.13-18).


É claro que os evangélicos que se prezam não votam em candidatos ligados a partidos declaradamente contrários a ideais que Deus, em sua Palavra, estabeleceu para a família. Candidatos ou partidos favoráveis ao aborto, também, devem ser descartados de imediato, sem discussão. Entretanto, eu gostaria de lembrar a todos de que, para nós, servos do Senhor Jesus, a principal arma não é o voto, e sim as armas da nossa milícia, que não são carnais (2 Co 10.4).


Penso que nós deveríamos estar, nesses dias tão difíceis, orando, jejuando pela nação, mas também apresentando a verdade do Evangelho, pregando contra o pecado. As armas da igreja são, prioritariamente, espirituais, repito. Mas isso não nos impede de votar. Em candidatos evangélicos? Não, necessariamente.


É evidente que, se houver gente nossa, irmãos compromissados com o Reino de Deus e preparados para o cargo almejado, devemos sim votar neles. Eu mesmo conheço irmãos em Cristo que merecem o meu voto, por serem capazes e terem um bom testemunho. Contudo, há também os oportunistas, movidos por intere$$e$ outro$, os quais se valem da ingenuidade do povo evangélico para se elegerem.


O Reino de Cristo não é deste mundo; não é político (Jo 18.36). Muitos evangélicos querem dominar o mundo, dominar o Brasil politicamente. Quando lemos Atos dos Apóstolos, vemos que nem a igreja primitiva conseguiu isso! Ela foi uma igreja vigorosa, seus líderes caíam na graça do povo, influenciando positivamente governos e “sacudindo” o mundo. Mas ela foi perseguida. Por quê? Porque não se omitiu. Ela pregou um Evangelho cristocêntrico, confrontador, e não esse evangelho do entretenimento, contextualizado, agradável, antropocêntrico, que a igreja brasileira está pregando.


Estamos com medo de perder a liberdade, apavorados com a possibilidade de sermos perseguidos... Então, a solução é votar contra os inimigos. Certo? Bem, em primeiro lugar, a igreja não deveria estar com medo. Ela deveria fazer a sua parte, usando as armas da sua milícia, que são poderosas em Deus (2 Co 10.4,5; Lc 10.19). A igreja primitiva, ao ser perseguida, orou a Deus — orou, mesmo! —, e os crentes foram cheios do Espírito e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus (At 4.29-31).


Em nossos dias, parece simplista convidar os irmãos a orar. Contudo, em 1 Timóteo 2.1-3, temos a seguinte promessa, ligada à oração: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade”.


Vote, meu irmão; exerça o seu direito como cidadão. Não vote em candidatos declaradamente contrários à vida, aos valores da família esposados nas Escrituras, à liberdade de expressão. Mas lembre-se de que você tem armas muito mais poderosas do que o voto. Você é diferente das pessoas do mundo. Há um tesouro dentro do seu coração (2 Co 4.7; Jo 14.23), bem como uma espada do Espírito, em uma de suas mãos, e um escudo da fé, na outra (Ef 6.16,17).


Meus queridos irmãos, ante as ameaças contra a igreja que estão sendo divulgadas na Internet, não nos esqueçamos de orar em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito (Ef 6.18), para que possamos “estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (v.11).


Em Cristo,

Ciro Sanches Zibordi

Comentários

OH ! GLÓRIA. disse…
Meu querido irmão,
Falando em candidatos nestas eleições sinto uma pena em consciencia sã que não vou votar em ninguém porque não vejo nada diferente em seus propósitos e discursos, é o mesmo blá, blá, blá que assisto desde 1978 que foi o ano em que me fiz eleitor, acho que voto teria que ser opicional e não obrigatório.
Abraços, Gilbert Raposo
to disse…
Amado, a paz do Senhor!

O que o irmão acha de obreiros (pastores, evangelistas, presbíteros etc.) que se candidatam a cargos políticos ou que já os exercem? Sinceramente, isso é bíblico? O que Pedro falou deve cair por terra (1 Pe 5.1-4)?

O irmão não acha que, se qualquer igreja entrar na política secular, a recíproca não será verdadeira? Será que, nesse ingresso, não haverá a busca de interesses particulares (Pv 18.1)? Igreja e política secular se combinam?

Se possível, gostaria de que o irmão me respondesse.

Em Cristo,

JPMS
Tadeu de Araújo disse…
Pastor Ciro, graça e paz!
Ora, se temos pessoas que honram o Nome de Jesus em quase todos os segmentos da sociedade, por que não termos representantes no meio político?
Não desconhecemos, porém, o risco no tocante às escolhas, mesmo em se tratando de evangélicos, pois temos conhecimento de diversos que, depois de eleitos, infelizmente trairam a confiança dos irmãos.
No entanto, apesar dos discípulos de Judas Iscariotes que poderão manifestar-se logo após a vitória, talvez venhamos votar, porque já faz algum tempo que deixamos de praticar a cidadania. Por causa dos maus caracteres que têm surgido em nosso caminho.
Há,todavia, algumas situações que discordamos da grande maioria dos pastores, inclusive da nossa Assembleia de Deus- Ministério Missão, é a indicação de obreiros a concorrerem às eleições.
Ora, como se justificam aqueles que tanto almejavam o episcopado, conforme 1 Timóteo 3.1-16, e depois querem migrar à política partidária?
Frustaram-se com a função eclesiástica?
O parlamento hoje fascina mais do que o púlpito?
Além do mais, será que não há entre membros e congregados pessoas que possam ser indicadas, sem ser necessário sacrificar o quadro de obreiros já tão carente?
Se bem que, mesmo depois das indicações, o líder deve agir como magistrado, jamais como cabo eleiçoral, pois não é essa sua missão.
É atitude louvável deixarem candidatos evangélicos ou não, usarem os púlpitos para falar de política?
Que pena, pastor Ciro, há e não são poucos, pastores que estão fazendo "Comércio Persa" de suas igrejas, tudo em busca de seus interesses pessoais.
É bom nunca esquecermos que o casamento entre a Igreja e o Estado termina sempre em prejuízo para a instituição religiosa.
Em Cristo,
Tadeu de Araújo



MOISÉS DUARTE disse…
Querido Pastor,
É lametável vermos nos dias de hoje que muitos crentes se preocupam apenas com o seu bem estar, e não em ter compromisso com a verdade do evangelho. Cristo já nos previu que por amor a Ele seríamos perseguidos, entretanto os atuais cristãos parece querer impedir o cumprimento desta profecia. mas ainda há um remanescente fiel, graças a Deus, que mantém o compromisso com a verdade.
que DEus te abençoe mais e mais
Ivair J Lehm disse…
a paz do Senhor Pr Ciro

Palavra coerente e instrutiva a sua, como lhe é de costume.
vejo que alem de cidadaos do céu, devemos exercer a nossa cidadania terrena de forma a, moralizar, se assim podemos dizer, pelo voto, esta nação corrompida e mergulhada no pecado e desonestidade.
Devemos sim votar em pessoas comprometidas com a ética, a decencia e a cima de tudo com valores familiares que possam trazer de volta o respeito e amor entre as pessoas.
Abraços

Em Cristo
Pr Ivair J. Lehm
Gilmar Valverde disse…
Caro Pr. Ciro,

Com base no que o Sr. escreveu neste artigo, então um cristão de verdade não vota em candidato algum do PT, por exemplo, visto que este é declaradamente contrário a valores da família esposados na Palavra de Deus, certo?

Gostaria de mais detalhes sobre isso, pois, para mim, é notório que há candidatos honestos e desonestos em qualquer partido político, mas não conhece o "jogo político" e não sei se a ala honesta dentro dos partidos são obrigados a votarem de acordo com a agenda dos seus partidos, mesmo que nessa agenda haja ideais contrários à Palavra de Deus.

Por exemplo, há um pastor no DF, líder de um grande ministério, que já votou a favor de um projeto de lei que vai de encontro aos valores e princípios cristãos e gostaria de saber o porquê dele ter feito isso. Se foi falta de compromisso com Deus apenas ou isso e mais pressão partidária.

Grato,

Gilmar
Roberto Pereira disse…
Não consigo ver a possibilidade de um cristão sério e sincero se dar bem no meio político! O Senhor deve ser nosso refúgio e proteção!
Muitos cristãos já estão no poder mas tem um compromisso, uma aliança, com partidos porque o sistema exige que assim seja. As alianças, ainda que expúrias, são "necessárias" para seus partidos. Partido político não é igreja, o reino deste mundo não é o de Deus. Somos como ovelhas no meio de lobos. "Ainda não resististe até o sangue combatendo contra o pecado" (Hebreus 12:4)
Roberto Pereira disse…
Não consigo ver a possibilidade de um cristão sério e sincero se dar bem no meio político! O Senhor deve ser nosso refúgio e proteção!
Muitos cristãos já estão no poder mas tem um compromisso, uma aliança, com partidos porque o sistema exige que assim seja. As alianças, ainda que expúrias, são "necessárias" para seus partidos. Partido político não é igreja, o reino deste mundo não é o de Deus. Somos como ovelhas no meio de lobos. "Ainda não resististe até o sangue combatendo contra o pecado" (Hebreus 12:4)
Roberto Pereira disse…
Muitos cristãos já estão , ou melhor, já fazem parte do poder político estabelecido. Concordo com muitos que, aqui, já opinaram ,que isso não nos trouxe, significativas, mudanças. Nossa confiança não está em príncipes e nem em cavalos, mas em Deus! O IBGE registrou o "assustador" crescimento no número dos evangélicos e isso também não melhorou o país! Que tipo de cristãos devemos ser? Será que nossa esperança está no "poder"?
Será que Deus não cuida dos seus? Será que o que queremos não é apenas um mero conforto e bem estar?
"Ainda não resististes até o sangue combatendo contra o pecado" (Hebreu 12:4)
No amor de Cristo,
Roberto Pereira
Fortaleza/ Ce
Samuel Eudóxio disse…
Pr. Ciro,
Paz do Senhor.

Muito pertinente o assunto, mesmo porque ele está sendo discutido nos corredores de nossas igrejas. Com certeza teremos muitos candidatos evangélicos que merecem nosso voto, porém outros que não deveriam nem se candidatar. A polêmica é a questão de pastores e líderes disputarem uma cadeira no legislativo. Pessoalmente concordo com o comentário do Tadeu de Araújo (acima). Esses para se candidatarem deveriam entregar seus ministérios. Creio que o homem que tem um chamado para o santo ministério não deveria trocá-lo por política. Vejo muitos que o fizeram e já não tem um ministério tão atuante como antigamente.
Johnatas Silva disse…
Paz,

Que texto edificante. Me esclareceu muita coisa. Certamente esta deve ser a conduto de um verdadeiro servo de Deus.
Adiel Teofilo disse…
O exercício do voto tem se tornado obrigação cada vez mais insuportável. Isso por causa da corrupção quase que generalizada no meio político, incluindo evangélicos. Aliás, com evangélicos parece que é pior. Aqui no Distrito Federal, por exemplo, deputados distritais evangélicos foram protagonistas de grande escândalo, envolvidos com recebimento de propina. Inclusive com título de pastor, porém agindo como o pior dos corruptos. Circulam na internet vídeos com a famosa "oração da propina", deputado pastor escondendo dinheiro nas meias do sapato, deputada evangélica guardando propina na bolsa e outras imagens. Francamente! O envolvimento de evangélicos na política tem sido uma lástima! Muitas igrejas evangélicas estão perdendo sua isenção, comprometendo-se com políticos inescrupulosos. Sugiro a leitura do artigo "EVANGELHO DA POLITICAGEM", em nosso blog: www.adielteofilo.blogspot.com.br - Blog Defesa do Evangelho.
Anônimo disse…
Me lembro das palavras de nosso Senhor Jesus, quando tentado por seus opositores, acerca dos tributos. Fazendo-os atentar em uma moeda da época, perguntou-lhes quais nome e inscrição demarcavam a moeda. Tendo eles Lhe repondido que de César eram as demarcações da moeda, disse-lhes Jesus a célebre frase: Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Devemos cumprir e exercer nossos deveres e direitos, tanto como cidadãos da pátria terrena, quanto como cidadãos da celestial. Votando em pessoas idôneas, qualificadas para tal, e que tem princípios que são favoráveis aos nossos, como igreja. No Senhor, Luiz Henrique.
Anônimo disse…
Gostaria de tentar responder ao leitor Gilmar Valverde:

Caro Gilmar,

Sou evangélico e filiado a um partido político,o Democratas,que é um partido de direita.

O que posso lhe informar é que os partidos considerados de esquerda adotam como base a ideologia marxista que é baseada no humanismo e ateísmo,por isso nos programas destes partidos é plenamente aceitável aborto,casamento gay,legalização das drogas,etc.

Já a direita se baseia em valores conservadores e cristãos.

Existem também partidos chamados fisiológicos ou seja que estão preocupados apenas em obter vantagens pouco se importando com linhas ideológicas.

Quando você está para entrar em um partido político você lê os estatutos e o programa político/partidário/ideológico do mesmo,que são as regras,o norte por onde o partido se guiará.

O político de qualquer partido não é "obrigado" literalmente a votar de acordo com as determinações do partido,mas muitas vezes é coagido,pressionado para faze-lo.Por isso quando se entra em um partido deve saber qual é a ideologia e as "regras" do mesmo,caso contrário terá problemas no futuro.Por isso acho estranho evangélicos que se dizem socialistas/comunistas,progressistas,marxistas,de esquerda,etc,porque estas doutrinas como já disse pregam o humanismo e o ateísmo.

Em relação ao pastor do DF citado,com certeza foi falta de compromisso com Deus,pois princípios não podem e nem devem ser negociados por pressão partidária,ainda que ele tenha que sair de um partido e ir para outro.

Abraços.

Marcelo Dornelas