O cristão tem dois tipos de inimigos: os invisíveis e os visíveis. Os primeiros são as hostes do mal, e devemos nos opor a elas (Ef 6.10-18). Os outros são as pessoas que nos odeiam por algum motivo, as quais devemos amar (Mt 5.44).
É impossível não ter inimigos. O Senhor Jesus, o Homem perfeito, também os tinha, e a maioria deles o odiava por inveja. O Mestre nunca foi inimigo de ninguém, a ponto de chamar até o traidor Judas de amigo (Mt 26.50). Ele não impediu que o Iscariotes se fizesse seu inimigo. Mas, paradoxalmente, nunca desejou ser seu inimigo, objetivamente.
O verdadeiro cristão, que anda como Jesus andou (1 Jo 2.6), não se faz inimigo de ninguém e não odeia as pessoas que se lhe opõem. Afinal, segundo a Bíblia, os nossos reais inimigos são os invisíveis: principados, as potestades, as hostes espirituais da maldade, os príncipes das trevas deste século, e não as pessoas (Ef 6.10-12).
Lamentavelmente, há cristãos (cristãos?) elegendo, equivocadamente, seus vizinhos, colegas de trabalhos e até irmãos como inimigos. E alegam ter motivos “nobres” para alimentarem sentimento de vingança e se regozijarem com o aparente fracasso dos tais. Que tipo de vida cristã é essa?
Obadias profetizou numa época em que a cidade de Jerusalém estava sob o ataque violento da Babilônia. E os vizinhos de Jerusalém, os edomitas, estavam torcendo para que os exércitos inimigos os matassem e os destruíssem, como lemos em Salmos 137.7: “Lembra-te, SENHOR, dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, porque diziam: Arrasai-a, arrasai-a, até aos seus alicerces”.
As seguintes palavras de escárnio e desprezo, constantes de Obadias v.12, foram pronunciadas por parentes consanguíneos dos judeus: “Mas tu não devias olhar para o dia de teu irmão, no dia do seu desterro; nem alegrar-te sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem alargar a tua boca, no dia da angústia”. Os edomitas eram descendentes de Esaú, irmão de Jacó. E, por isso, Obadias condenou os edomitas por se regozijarem com o sofrimento dos judeus.
Conclusão: os filhos de Edom, que pensavam estar comemorando uma vitória com sabor de mel, experimentaram, na verdade, uma derrota com sabor de fel: “Ah! Filha de Babilônia, que vais ser assolada! Feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós! Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras!” (Sl 137.8,9).
Portanto, se alguém que nos tem prejudicado, de alguma maneira, está sofrendo, não devemos, como servos do Senhor, ter o prazer da vingança. As Escrituras nos ensinam: “Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e não se regozije o teu coração quando ele tropeçar” (Pv 24.17).
Em vez de zombarmos do suposto fracasso de alguém, devemos manter uma atitude de compaixão e perdão, pois “Horrenda coisa é cair na mão do Deus vivo” (Hb 10.31). Afinal, o que estão buscando os crentes que cantam “Tem sabor de mel, tem sabor de mel” ao verem sofrendo o seu irmão (que eles consideram inimigo)?
Com temor e tremor,
Ciro Sanches Zibordi
Comentários
Realmente, devemos refletir sobre nossa conduta diária em relação aos nossos opositores e que tratamento temos dado às pessoas ao nosso redor. Nosso cristianismo será um fracasso de desprezarmos os princípios de Lucas 6.27-36.
Que Deus abençoe o senhor e tua família.
Abraços,
PH
Os cristãos, mormente os neopentecostais, têm um tipo de esquizofrenia crônica, onde se vêem constantemente rodeados e perseguidos por inimigos ― pessoas (muitas delas dentro da própria igreja) que querem ver o fim de seus casamentos, a perda de seus empregos, que vivem fazendo "trabalhos" de feitiçaria contra eles, e até fazendo "orações contrárias" (esta última é comuníssima aqui aonde moro!)...
Não duvido que um ou outro desafeto venha a existir, principalmente os invejosos, como citado no Artigo. Contudo, MESMO QUE TAIS INIMIGOS REALMENTE EXISTAM, a ordem que temos é de amá-los, bendizê-los, orar por eles, caminhar duas milhas quando eles nos obrigarem a caminhar uma. Falta ensino na Igreja acerca deste assunto! Falta pulso firme de pastores e líderes, que coíbam hinos de apologia à esquizofrenia gospel. Falta Bíblia e vida cristã genuína.
Mais uma excelente postagem. Com certeza vou pregar sobre este assunto também e vou dizer: mais uma coisa que aprendi com o Pr. Ciro.
Que Deus continue lhe usando com sabedoria e poder, para que muitas mentes sejam despertadas dos seus fúteis procedimentos.
Obrigado!
Pág.14 livro “Maravilhosa Graça” Philip Yancey
O texto fala presbiteriano , batista e católico , porém eu digo cristão crentes em Jesus de um modo geral , independente de denominação.
Abraço PR. Ciro
A paz de Cristo, o nosso Senhor!
Dura PALAVRA!
Sempre há a necessidade de lermos matérias como esta para que a reflexão, a maturidade, e por vezes o isolamento, seja motivo de averiguação íntima em nossos corações diante de Deus.
Ser crente é fácl. Ser discípulo é difícil.
O Senhor seja contigo, nobre atalaia,
O menor de todos os menores.
Paz seja contigo, meu irmão.
Só queria fazer uma ressalva: o senhor não falou sobre Gogue, terra de Magogue que está registrada em Ez 38 e 39.
O Pr. Antonio Gilberto escreveu que uma confederação de nações chefiadas pela Rússia invadirá Israel.
Segundo tudo que tenho estudado sobre escatologia, essa invasão ocorrerá logo após o arrebatamento da igreja, e esses exércitos serão destruídos por Deus na terra de Israel, logo em seguida o anticristo aparece para ocupar o lugar do líderes mortos nessa invasão.
Abraços no amor de Cristo - Pb. João Eduardo Silva - AD Min. Belém - SP.